15/06/2021
Por Nelson Azevedo
vice-presidente da FIEAM
As desculpas se esfarrapam. a esperança se dissipa e a confiança entra em depressão nessa interlocução frustrante entre a União e a Amazônia Ocidental com destaque para o Amazonas e Roraima. estados excluídos da conexão rodoviária nacional e da disponibilidade de uma estrutura laboratorial denominada CBA. o mitológico Centro de Biotecnologia da Amazônia, que espera certidão de nascimento empresarial seu CNPJ, para empinara Bioeconomia da diversificação produtiva e sustentável na Amazônia.
Atolados pela indiferença
Tomemos dois episódios recentes relativos à rodovia BR19. que dão a exata dimensão da (des) importância que este estado representa para o país 0 mais recente é o atoleiro em que ficou retido o contingente militar da Força Nacional convocado com urgência para ajudar a conter a onda de violência instalada em Manaus pelo crime organizado. Veio pela tal rodovia e ficaram retidos por uma semana na lama de uma via que um dia funcionou satisfatoriamente sem registros da catástrofe anunciada pelos estandartes da ecologia e agonia xiita. 0 outro exemplo, extremamente emblemático, reteve na mesma lama as carretas que traziam grandes reservas de oxigênio para atender a população asfixiada pela Covid-19 em janeiro último no Amazonas. Somos, pois, 2 estados separados pelo atoleiro do descaso. Atoleiro de uma estrada que, por quase duas décadas serviu ao povo do Amazonas, uma de 1975 do V BEC, Batalhão de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro. Desde o final dos anos 80 está abandonada pel0 poder público. O que será que tudo isso significa? Sem oxigênio, nem prontidão e muito menos respeito.
Conversas fiadas
Alegar, como foram alegadas outras vezes, riscos de extinção da biodiversidade por causa de uma espécie muito comum na Amazônia, o macaco de cheiro, e de uma gralha que não ocorre somente naquela região? Será o poder público tão incompetente a ponto de não saber assegurar-lhes acomodações adequadas, recomendadas pela Ciência, para garantir preservação? O nome disso é miolo de pote, ou sonífero bovino, Conversas federais para boi dormir acalentado com as desculpas da enganação. Vão destruir o trecho do meio, o
mais rico em biodiversidade da região!" Tenham santa paciência! Tais arautos do caos sequer conseguem diferenciar carimbó de toada ..
O direito frustrado de ir e vir
É justo tratar assim o Amazonas que, apesar de ser um dos mais pobres da Federação, está entre os cinco estados - acredite quem puder- que mais recolhe recursos para a fazenda pública da União? E como fica o direito de ir e vir, que é constitucional, assim como também é constitucional a compensação fiscal de 8% dos tributos federais entre os gastos da Receita com incentivos. Foi essa tímida fatia que atraiu as empresas aqui instaladas a convite de uma política de estado, não do governo A, B ou C. Acreditando na seriedade do convite vieram para esta região remota sem rodovias, sem ferrovias, com uma comunicação precária e cara, onde inexiste um porto público e se pratica uma logística dos transportes entre as mais caras do pais.
Frustração e revolta
Esse descaso é análogo ao tratamento dado, faz duas décadas, ao Centro de Biotecnologia da Amazônia, uma iniciativa da indústria para diversificar os polos produtivos de nosso parque industrial. Move-nos a disposição de criar novas modulações econômicas além do Polo industrial de Manaus, como nos é cobrado desde 1967
(...)
Desserviço a brasilidade
Não duvidamos dos atuais gestores federais. Lamentamos apenas que as decisões sejam tomadas alhures, distantes do cotidiano de nossas demandas. Temos, atualmente, um general no comando da Suframa, focado e obstinado pelo dever de promover os interesses locais e trazer para nossa realidade a atuação autônoma e desembaraçada da autarquia que dirige . Lamentavelmente, o timão lhe escapa. Assim não fosse, o CBA estaria fluindo benefícios e a rodovia respeitando direitos e demandas de uma sociedade indignada e de um setor produtivo punido por apenas fazer bem o que lhe compete: gerar emprego, riqueza e oportunidades numa via que deveria por coerência ter duas mãos a serviço da brasilidade