25/10/2021
Assim como conforto e beleza, luxo é um conceito que muda com a passagem dos anos. Casacos de pele já foram considerados símbolos de requinte. Hoje, nenhuma mulher se atreve a desfilar com a peça sob pena de ser criticada por ostentar uma vestimenta criada à custa da morte de um animal. Em certa medida, a mesma. lógica vem se aplicando aos carros produzidos por marcas que há décadas fazem parte de um pedaço do mercado aberto a poucos, mas venerado por muitos. Nomes como a inglesa Bentley, a sueca Volvo e a alemã BMW perceberam que, agora, luxo mesmo, indispensável, é fabricar modelos com materiais sustentáveis, no espírito de nosso tempo.
O setor tem se mostrado bastante criativo na incorporação de compostos verdes aos novos veículos. O Volvo XC60 T8 Inscription, por exemplo, tem acabamento feito a partir de garrafas PET recicladas. Até 2025, a marca espera que 25% dos materiais utilizados sejam recuperados e, portanto, pouco agressivos ao meio ambiente. Para 2030, a meta é não usar mais nada de couro. No BMW i3, o plástico derivado de petróleo presente no interior do carro (mais especificamente nos elegantes painéis laterais e nos bancos) deu lugar a fibras de kenaf, vegetal usado como matéria-prima na indústria de papel e que ajuda a capturar gás carbônico da atmosfera.
A Bentley foi mais longe: o EXP 100 GT tem seu interior montado com material composto de cascas de uva. Além disso, a nova versão usará uma forração parecida com couro, mas constituída a partir da raiz de cogumelos. Utilizado também na moda, o tecido é incrivelmente resistente. Os elegantes modelos da inglesa Jaguar serão lançados com tapetes e detalhes produzidos a partir de lixo encontrado nos oceanos e em aterros sanitários, de forma que não será preciso produzir ainda mais plástico.
A virada verde das grifes de luxo da indústria automotiva é uma entre várias tentativas recentes do setor de mudar sua imagem. Há muito tempo ele é considerado uma das maiores fontes de poluição do mundo. Estima-se, por exemplo, que um carro médio emita cerca de 4,6 toneladas de dióxido de carbono todos os anos. Atualmente, o transporte rodoviário é responsável por aproximadamente um quinto dos gases de efeito estufa que são lançados na atmosfera por todo o planeta.
Fonte: Veja