10/03/2016
"O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) é o melhor exemplo daquilo que não deve ser feito". Foi com estas palavras que o secretário de Desenvolvimento, Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec/MCTI), Eron Bezerra, tratou de diferenciar o CBA do novo parque tecnológico no Amazonas.
Em reunião realizada ontem, na sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), ele anunciou que as tratativas para a instalação do espaço no Estado já estão em andamento.
"Nossa primeira medida será criar personalidade jurídica do parque, o que já está sendo feito a partir de hoje (ontem). Vamos trabalhar com o prazo de um mês para começar a defi nir as prioridades. O ministério (da Ciência, Tecnologia e Informação), junto com o parque, vai colocando as estruturas necessárias. É algo dinâmico, que não tem data para começar e nem para terminar", explicou Bezerra.
Além do titular da Setec/ MCTI, o coordenador-geral de serviços tecnológicos do órgão, Jorge Mario Campagnolo, esteve presente no encontro ao lado de representantes das principais instituições de ciência e tecnologia do Estado.
Ele avaliou a reunião como positiva e deixou claro que o próximo passo é, de fato, adequar o parque às leis para que não haja problemas futuros.
"Vamos tentar ver qual o arranjo jurídico que vai ser dado na criação de um parque em que queremos reunir muitas instituições, junto com o setor empresarial e com o governo dando apoio. Além das instituições de tecnologia do Estado, o setor empresarial é fundamental. Inovação é negócio. Nós temos que criar um ambiente favorável para que novos negócios possam surgir", divulgou Campagnolo.
Apoio da indústria
Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, o parque é uma boa ideia para o desenvolvimento de produtos e serviços necessários para o Polo Industrial de Manaus (PIM). Ele tratou de afastar a possibilidade do novo ente encontrar as mesmas difi culdades pela qual passa o CBA.
"Nós precisamos de produtos e a vontade do governo federal em trazer um parque desses para cá pode nos possibilitar e solucionar alguns problemas que enfrentamos.
Nós vemos tudo isso com bons olhos e pode ter certeza que daremos nossa contribuição com ideias e sugestões", concluiu o presidente do Cieam.
Mudanças para PPBs simplificadas
Outro assunto mencionado na reunião por Eron Bezerra foram as novas medidas que serão adotadas para a autorização doProcesso Produtivo Básico (PPB).
De acordo com ele, a primeira delas é cumprir o prazo dado para as empresas que desejam se instalar no PIM. Atualmente, o prazo estabelecido é de 120 dias, que, segundo o próprio secretário da Setec-MCTI, não era obedecido.
"Nós vamos adotar a possibilidade de fazer indução de PPB. Ao invés de esperar que a empresa apresente uma proposta de PPB, nós podemos discutir o seguinte: nós temos o interesse em que na Zona Franca de Manaus (ZFM) se produza tal produto, nós criamos um PPB e oferecemos ele no mercado. E, obviamente, qualquer empresa que tiver interesse pode se candidatar e passar a produzir aquele material a partir do que foi proposto", contou Bezerra.
Para o Cieam, a medida precisa ser estudada para ver sua viabilidade.
Fonte: Amazonas Em Tempo