14/09/2021
A escassez de insumos, a alta da inflação seguida da instabilidade econômica e da consequente retração no consumo, motivaram o baixo desempenho da indústria amazonense em julho. A esperança, segundo os empresários do setor, é que mesmo em meio à crise dos componentes a produção consiga alavancar para atender à demanda de final de ano, recuperando as perdas registradas no início do segundo semestre.
Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a produção no Polo Industrial de Manaus (PIM) caiu 14,4% em julho, em relação a junho. O resultado eliminou parte do crescimento de 18,6% acumulado entre os meses de março e junho, e ainda, representa o pior desempenho entre os 15 estados analisados.
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, destaca a falta de insumos como o fator mais preocupante neste período. O empresário ainda frisou que fatores de âmbitos sociais também interferem no desempenho da indústria como por exemplo, o elevado índice de desemprego que segue alto no país, impactando diretamente no consumo.
“O nível de desemprego no país continua alto e o consumo está atrelado à renda. Outro fator é que o mês de julho não tem um forte apelo comercial, como acontece em maio pelo dia das mães, por exemplo. O terceiro trimestre é caracterizado pelo aumento na produção para atender demandas de datas como o dia das crianças, o natal. Por isso, acreditamos que deverá acontecer um aquecimento produtivo a partir de setembro”, disse.
“Nosso melhor indicativo é o número de empregos que segue acima de 102 mil pessoas empregadas. Acredito em uma retomada da curva de crescimento”, completou Périco.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, o resultado negativo da indústria em julho é atribuído à retração no consumo, à inflação e ao cenário de instabilidade econômica.
“Somado a esses fatores, a indústria ainda enfrenta o problema de escassez de insumos a nível mundial, e ainda do encarecimento dessas matérias-primas. Essas questões se traduzem diretamente nos números negativos da produção industrial. Esses números são reflexo de uma tendência mercadológica observada em todo o território nacional”, disse.
Texto: Priscila Caldas