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'Euforia de consumo' ao reabrir serviços pode estimular PIB no 2º semestre

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10/06/2021

Fonte: JCAM

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (8) que acredita em um "estágio de euforia" de consumo a partir da reabertura dos serviços no segundo semestre deste ano. Essa "euforia" teria relação com o aumento da população vacinada e poderia, segundo ele, estimular o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

"Há uma pergunta: quando houver a reabertura dos serviços, pois algumas partes ainda estão trabalhando com metade da capacidade, isso vai gerar uma euforia, um estágio de euforia, no qual as pessoas consomem porque não fizeram isso por um longo tempo? E qual o efeito que isso pode ter no segundo semestre? Acho que, parcialmente, sim. Achamos que vamos ver isso", disse ele, em videoconferência promovida por uma instituição financeira.

Segundo Campos Neto, essa euforia no consumo de serviços (viagens, por exemplo) pode ser vista em outros países com estágio mais avançado de vacinação, como os Estados Unidos.

'Você olha para lugares nos Estados Unidos, você não consegue achar quartos de hotéis e carros para alugar mais. Isso mostra que há um 'estágio de euforia' no qual as pessoas querem fazer isso. Acho que isso vai acontecer no Brasil também, e isso nos dá uma perspectiva de melhora [do nível de atividade] para o segundo semestre", acrescentou.

O presidente do BC lembrou que o mercado financeiro estava pessimista neste início de ano com as perspectivas de crescimento da economia brasileira, mas vem revisando para cima suas previsões.

Na semana passada, os economistas das instituições financeiras passaram a acreditar em uma taxa de expansão acima de 4% para o PIB brasileiro no ano de 2021.

"O que estávamos vendo, e tentávamos mostrar, é que a economia estava se adaptando muito melhor ao mesmo nível de mobilidade que havia no passado. Quando olhamos para o começo da segunda onda, a primeira coisa é que o mercado estava muito pessimista com o impacto no crescimento, e nós estávamos menos pessimistas. Dissemos isso naquela época. E depois as pessoas começaram a perceber que era isso", disse Campos Neto.

Impacto na inflação

O presidente do BC admitiu, porém, que esse nível maior de atividade em relação ao estimado anteriormente tem impacto na inflação -que já vem subindo nos últimos meses.

Campos Neto diz que a alta dos preços teve relação com o aumento dos alimentos e combustíveis, acompanhado por uma disparada no preço do dólar, mas acrescentou que esses itens têm apresentado um comportamento estável nas últimas semanas.

Como contraponto, o próprio economista fez referência à possível alta da energia elétrica, motivada pela crise hídrica e que deve puxar a inflação para cima.

"Precisamos fazer uma análise sobre qual é o efeito geral [de queda de alimentos e alta de energia]. Achamos que muitos dos efeitos temporários estão diminuindo de importância, mas a disseminação foi mais ampla do que antecipamos. Isso tudo será analisado no Copom (reunião que define o juro básico da economia, marcada para a próxima semana)", disse.

O BC define a taxa básica de juros, atualmente em 3,5% ao ano, com base no sistema de metas de inflação —olhando para o futuro, pois as decisões demoram de seis a nove meses para terem impacto pleno na economia.

Para 2022, ano no qual o BC já está olhando para definir a taxa Selic, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. O mercado financeiro estima um IPCA de 3,70% para o próximo ano.

"Estamos 100% comprometidos com a meta de inflação", disse Campos Neto nesta terça--feira. Os economistas das instituições financeiras projetam novas altas nos juros nos próximos meses, com a taxa terminando 2021 em 5,75% ao ano.

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