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11/12/2020
Fonte: G1
Por Luciano Abreu
A pandemia fez a produção de motocicletas no país perder fôlego em 2020. A previsão é de redução de 15,4% em 2020 na comparação com o ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). No país, 95% da produção está concentrada no Polo Industrial de Manaus.
- 2019 – 1.107.758 unidades
- 2020 – 937.000 unidades
Nas exportações, a previsão é de queda ainda maior, menos 27,5%. O setor vinha de uma recuperação nos últimos dois anos e acabou obrigado a pisar no freio.
“É bom lembrar que em 2011, nós produzimos mais de 2 milhões de unidades e ate 2017 nós tivemos uma queda vertiginosa, menos de um milhão de unidades, mais de 60% de queda. E nos últimos dois anos, 2018 e 2019, nós viemos numa recuperação gradativa, naquilo que nós já fizemos. Agora, infelizmente em 2020, com uma nova projeção de 937 mil unidades, a gente deve retroagir de novo para alguma coisa entre 2017 e 18”, disse Marcos Fermaniam, presidente da Abraciclo.
As montadoras também sofrem com a falta de componentes para fabricar as motos. Grande parte desses produtos vem da Ásia, que reduziu muito a produção.
"A gente tem uma capacidade de produção que provavelmente não atende toda a demanda que o mercado espera. Não adianta aumentar a capacidade produtiva em termos de mão de obra se eu não tiver material e componentes suficientes pra poder trazer esse volume pro mercado”, disse o diretor comercial da Yamaha, Ricardo Susini.
Na fábrica Moto Honda da Amazônia, a produção ficou parada por dos meses. A retomada foi gradual e, apesar da previsão de produção de motos em 2020 ficar abaixo de 2019, a demanda dos últimos meses surpreendeu.
“Está retomando numa velocidade até maior do que nós esperávamos”, disse o vice presidente industrial Júlio Koga.
Só em novembro, as vendas de motocicletas cresceram 8% em relação ao mesmo mês do ano passado.
- novembro 2019 – 94.358 unidades
- novembro 2020 – 101.881 unidades
Uma parte dessa demanda vem do delivery. Daniel Batista teve de contratar gente para a empresa de entregas.
"A gente tinha 80 entregadores ativos na plataforma. Hoje, já estamos ultrapassando os 300 entregadores ativos", disse o gerente comercial.
Gilsely Perea comprou uma moto para embarcar no serviço de delivery. "Surgiu a oportunidade de eu comprar a motinha nova. Agora, está me ajudando a pagar todas as minhas contas. É mais econômica”, disse.