01/09/2021
A desocupação caiu 0,6 ponto percentual no trimestre móvel encerrado em junho deste ano, na comparação com o primeiro trimestre, e fechou junho com taxa de 14,1%.
Mesmo com essa redução, o país tem 14,4 milhões de pessoas procurando trabalho. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua e foram divulgados nesta terça-feira (31), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O recorde da desocupação foi verificado no primeiro trimestre de 2021, com um total de 14,8 milhões de pessoas. De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, apesar da recuperação, a desocupação continua alta e representa o maior nível da série histórica para um segundo trimestre.
"A população fora da força de trabalho subiu muito no ano passado e continua alta, num nível ainda bem mais elevado do que no período pré-pandemia. No trimestre houve uma queda de 1,6 milhão de pessoas fora da força de trabalho. Na comparação anual, depois de cinco trimestres com expansão consecutiva dessa população, houve a redução".
Ela destaca que a comparação anual é com o segundo trimestre de 2020, quando se começou a sentir os efeitos mais fortes da pandemia e a população fora da força de trabalho cresceu bastante.
Pelo lado contrário, a população na força de trabalho teve uma expansão de 1,8% no segundo trimestre e chegou a 102 milhões de pessoas. Na comparação anual, o crescimento foi de 6,3%, após quatro trimestres de retração.
Metade da força de trabalho está sem emprego
O número de pessoas ocupadas no Brasil subiu para 87,8 milhões no segundo trimestre, um aumento de 2,5%, ou mais 2,1 milhões de pessoas, na comparação com o primeiro trimestre de 2021.
Dessa forma, a ocupação subiu 1,2 ponto percentual, ficando em 49,6%. Ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar, com 14 anos ou mais, está ocupada no país.
De acordo com Adriana, houve crescimento em várias formas de ocupação, incluindo o trabalho formal com carteira assinada, mostrando uma leve recuperação das perdas provocadas pela pandemia de Covid-19.
"Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira".
O emprego com carteira no setor privado subiu 2,1% no período, totalizando 30,2 milhões de pessoas no segundo trimestre. Na comparação anual, o número ficou estável, interrompendo quatro trimestres sucessivos de quedas, segundo o IBGE.
Informalidade crescente
Os trabalhadores informais somaram 35,6 milhões de pessoas, com uma taxa de 40,6%. Houve aumento tanto em relação ao primeiro trimestre do ano (39,6%, com 34 milhões de pessoas), quanto com o mesmo período do ano passado (36,9%, com 30,8 milhões de pessoas).
Fonte: JCAM