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Demanda por seguro-desemprego em queda no Amazonas

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19/11/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

A procura por seguro-desemprego no Amazonas voltou a encolher em outubro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a quantidade de requerimentos desabou 72,65%, passando de 4.065 (2019) para 1.112 (2020). Em relação a setembro de 2020 (1.134), o tombo foi mais modesto e não passou de 1,94%. Em relação ao levantamento anterior, houve desaceleração na variação mensal (-77,28%), mas não na anual (-69,98%).

No acumulado dos dez meses iniciais de 2020, a quantidade de solicitações totalizou 15.427 registros, 64,91% a menos do que o contabilizado no mesmo período do ano passado (43.960). Os dados são do Ministério da Economia e foram repassados pela Setemp (Secretaria Executiva de Trabalho e Empreendedorismo). O órgão salienta que parte da queda nos meses mais recentes ocorre também devido ao aumento às solicitações feitas pelo aplicativo Carteira de Trabalho digital.

O desempenho do Estado foi comparativamente melhor do que o da média nacional, que apresentou recuo de apenas 16,9% na variação anual de outubro, com 460.271 (2020) contra 553.609 (2019) pedidos. O fosso se acentua na variação acumulada, que apontou incremento de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de 5.710.635 (2019) para 5.912.022 (2020). O Ministério da Economia ressalta, contudo, que a alta vem perdendo ritmo e estava em 5,7%, no mês anterior.

Depois de dispararem no primeiro semestre por causa da pandemia do novo coronavírus, os pedidos de seguro-desemprego de trabalhadores com carteira assinada continuaram a cair no segundo semestre, em sintonia com a flexibilização das atividades econômicas, a injeção de recursos federais por programas anticíclicos, como o auxílio emergencial, e mesmo a sazonalidade do período.

Serviços e mulheres

Em outubro, as demandas dos trabalhadores amazonenses pelo benefício se concentraram especialmente no setor de serviços (35,51% do total), que foi seguido pelo comércio (26,22%), agropecuária (20,70%), indústria (11,23%) e segmento financeiro (1,68%). Em todo o país, serviços representaram 41,4% da demanda, seguido pelos requerimentos do comércio (26,8%), da indústria (15,3%) e da construção (9,7%).

Diferente do ocorrido em levantamentos anteriores, a maioria esmagadora dos trabalhadores amazonenses que buscou seguro-desemprego no mês passado pertencia ao gênero feminino (70,55%), conforme dados cruzados com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O gênero masculino respondeu por apenas 32,56% dos registros. Sem detalhar números, a Setemp ressalta que a maioria dos solicitantes está na faixa de 30 a 39 anos, “de acordo com as estatísticas. Em âmbito nacional, homens responderam por 60,6% da demanda, assim como a faixa etária de 30 e 39 anos (33,5%).

Os Estados com o maior número de pedidos foram São Paulo (136.764), Minas Gerais (52.418) e Rio de Janeiro (36.035). Em nível nacional, a faixa salarial entre 1 e 1,5 salário mínimo concentrou os requerimentos de seguro-desemprego, com 39,1% do total. Em termos de escolaridade, a maioria dos trabalhadores que demandou o beneficio (59,6%) têm ensino médio completo.

Contratações aquecidas

Os dados do Caged referentes a outubro ainda não foram divulgados. Mas, os números de setembro dão uma ideia do impacto da dinâmica do mercado na demanda. Naquele mês, o Amazonas registrou seu terceiro saldo positivo seguido em empregos com carteira assinada. O incremento foi de 1,39%, graças à criação de 5,693 postos de trabalho, mas o desempenho foi inferior ao do mês anterior (+1,74% e +7.019 vagas), já que o mês registrou mais demissões. No total, 15.444 trabalhadores foram admitidos, superando em boa margem o número de desligamentos (9.751). Praticamente todas as vagas (5.649) vieram de Manaus, que teve expansão de 1,51%, no mesmo período.

Assim como no mês anterior, todos os cinco setores econômicos listados tiveram elevações mensais. O maior saldo de vagas veio de serviços (+2.682 empregos), seguido por indústria em geral (+1.705 empregos) –que encolheu em relação ao número de agosto (+2.785) –, comércio e reparação de veículos (+1.156 postos de trabalho) –superando a margem de agosto (+1.031) –e de construção (+124) –com enfraquecimento ante o mês anterior (+695). Em último lugar, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (+26) apresentou performance melhor do que a de 30 dias antes (+16).

Reação e sazonalidade

A secretária executiva do Trabalho e Empreendedorismo, Neila Azrak, avalia que a baixa demanda por seguro desemprego em nível local é um indicativo de que os setores econômicos do Amazonas já estão reagindo e a retomada, acontecendo, a despeito de entraves. No entendimento da executiva, a sazonalidade do período, que habitualmente coloca o segundo semestre com números melhores do que o primeiro, favorece que os saldos de empregos se mantenham em cadência positiva.

“Observa-se breve indicativo de aquecimento do mercado, em especial do setor de serviços, o que reflete diretamente no oferecimento do maior número de vagas de emprego pelo Sine Amazonas, cujo papel institucional está na captação de tais, mesmo após a multiplicidade de dificuldades criadas pelo atual cenário pandêmico. A perspectiva gira em torno de um crescimento no número de contratações que, apesar da forma conservadora, continua a ser demandada pelas empresas locais. Mesmo com o impacto no setor econômico, estamos trabalhando para que tudo volte ao normal”, finalizou.

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