04/02/2025
O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) realizou, nesta segunda-feira (03/02), um encontro virtual por meio da plataforma Microsoft Teams para discutir a Análise da Conjuntura Econômica Brasil-Amazonas. O evento teve como objetivo examinar o desempenho econômico nacional e local em 2024, abordando os possíveis impactos das políticas do governo Trump sobre a moeda brasileira e projetando cenários para 2025.
A reunião foi mediada pelo Presidente Executivo do CIEAM, Lúcio Flávio Morais de Oliveira, e contou com análises do professor e coordenador da Área de Indicadores do CIEAM, André Costa, e do professor da Escola de Economia de São Paulo (EESP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Márcio Holland. O encontro reuniu representantes de diversas empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), que trouxeram questionamentos e reflexões complementares às análises apresentadas.
Durante o evento, Holland apresentou um panorama macroeconômico, que ele denominou como a “era pós-Trump”, abordando temas como inflação, política monetária, política fiscal e os desafios que se desenham para 2025.
Segundo o especialista, o retorno de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos tende a gerar impactos significativos na economia global. A política monetária foi temporariamente ajustada, aumentando a tensão internacional devido a fatores como tarifas sobre o Canal do Panamá, disputas territoriais, fluxos migratórios e impactos sobre a Europa – que enfrenta desafios relacionados ao custo de energia e problemas fiscais. A China, por sua vez, mantém um crescimento moderado. No Brasil, espera-se uma trajetória de desaceleração econômica, com pressões inflacionárias persistentes e um endurecimento das políticas monetárias, o que pode elevar os riscos fiscais e impactar a popularidade do governo.
“A orientação econômica de Trump tem um viés inflacionário, impulsionado pela imposição de tarifas de importação de 25% sobre produtos de diversos países, incluindo Canadá, México e China. Esse cenário exige um acompanhamento atento para avaliar o grau de consolidação dessas medidas e seus impactos na política monetária brasileira”, explicou Holland.
Na sequência, o professor André Costa apresentou um panorama do faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM), acompanhado dos resultados da pesquisa de confiança econômica realizada com executivos do setor.
De acordo com o Índice de Produção Física da Indústria de Transformação, divulgado pelo IBGE, o Amazonas superou a média nacional em boa parte do segundo semestre de 2024, apesar dos desafios impostos pela seca e da forte participação do setor de refino na economia local.
Os números da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) indicam que, em 2024, o faturamento do PIM cresceu 18% em relação a 2023, com um aumento de 21% apenas no mês de dezembro, comparado ao mesmo período do ano anterior.
A pesquisa de confiança dos executivos do PIM também revelou um avanço significativo, passando de 53,98 para 60,14 pontos, sinalizando um otimismo crescente no setor.
“Os dados confirmam que 2024 atendeu às expectativas positivas, com o PIM registrando um faturamento de R$ 204 bilhões. Além disso, a aprovação da Reforma Tributária impulsionou a confiança para 2025, refletindo-se nos 60,14 pontos registrados na pesquisa com os executivos do setor”, concluiu Costa.
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