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19/04/2021
Fonte: Jornal do Commercio
As cheias dos rios têm preocupado o setor de navegação. Com elevação no nível das águas, existe a necessidade de redução no número de cargas transportadas, em especial nas localidades mais afetadas pela enchente, reduzindo o poder de compra das famílias ribeirinhas e a capacidade de produção, além do impacto das embarcações na vida dos ribeirinhos ao navegarem próximo às áreas comprometidas.
De acordo com o conselheiro do Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas) e empresário do setor de navegação, Dodó Carvalho, as embarcações precisam reduzir a sua velocidade para que não cause um transtorno maior a essas famílias. “Corre o risco do banzeiro desses barcos arrancarem assoalho das casas danificando o restante que a cheia ainda não ocasionou. É mais uma preocupação que a gente acaba precisando navegar com maior redução e consequentemente demora mais o tempo de viagem sem contar que no rio cheio a correnteza é ainda maior, então subindo o rio nós temos um aumento de consumo”.
Carvalho diz que todo esse reflexo impacta ainda no gasto maior do diesel e que desde o ano passado o dia a dia das empresas de transporte fluvial está bem complicado. “Em função dos decretos, das medidas de restrições e com as atividades suspensas e sem conseguir levar passageiros dificultou muito. Hoje, estamos operando com a capacidade reduzida, mas os municípios estão sofrendo com a enchente o que nos deixa mais preoupados”. Conforme Dodo, são várias situações que impactam no resultado das empresas e isso é uma preocupação para todo setor porque tem hora que as empresas não conseguem aferir resultados – na outra ponta, elas não conseguem dar uma boa manutenção nas embarcações fazendo com que essas não estejam adequadas ou no padrão elevado de qualidade para prestar um bom serviço”.
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Foto: Divulgação
Ele reforça que a economia do interior está tão afetada que não cabe repassar custos mais altos nos valores das mercadorias, mas que no preço do combustível é diferente aumento porque é preço internacional que regula muito mais o aumento da mercadoria é a inflação. Eu não acredito que pela variável do transporte o valor da mercadoria vá subir”.
Esta semana a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) divulgou dados sobre a movimentação de cargas fluviais no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
Menor fluxo de cargas
O Amazonas apresentou queda de 75% na movimentação de cargas fluviais no primeiro trimestre deste ano. O resultado negativo é reflexo da pandemia da Covid 19, segundo o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas).
“A queda de consumo causada pelo lockdown, a pandemia, desestruturou tudo por isso a queda brusca no número de cargas em geral. Agora que começa a reabrir e ainda tem algumas cidades em estado crítico”, atribui a presidente do Sindarma, Jéssica Sabbá
Segundo o levantamento da Antaq, de janeiro a março de 2021, o Amazonas contabilizou mais de 1,9 milhões de toneladas, entre cargas desembarcadas e embarcadas no Amazonas. No trimestre do ano anterior, o volume de produtos movimentados pelo estado chegou a 7,8 milhões de toneladas.
De acordo com a representante do Sindarma, a pandemia impactou todos os setores e o transporte de cargas fluvial não foi diferente. “É uma reação em cadeia e o grande impacto desse ano foi a crise causada pela Covid 19”. Ela complementa que a escalada no número de casos da doença e a gravidade vivenciada no cenário local em relação à segunda onda trouxeram efeitos negativos para o segmento.
Ela reitera que a redução no número de cargas afetou todo país, o que fez o movimento nos portos reduzir. Para a presidente do Sindarma, a vacinação é o caminho para minimizar o baque sofrido pelo setor. Ela lembra que ainda este mês todos os profissionais do segmento de transportes serão contemplados com a imunização, o que deve trazer mais segurança às atividades.