27/10/2020
Fonte: Real Time
Lucas Raposo
Considerado pelos empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM) como uma importante vitrine para os investidores, o Distrito Industrial não foi contemplado nos programas de governo de nenhum dos 11 candidatos à prefeitura de Manaus.
Entre os documentos que foram enviados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas dois mencionam o Distrito Industrial e, mesmo assim, de forma sucinta e nada específica.
Coronel Menezes (Patriota) diz que vai construir um viaduto na Rotatória da Feira do Produtor para garantir a integração do Distrito Industrial com a Zona Norte e com a Avenida das Flores. Já David Almeida, da coligação “Avante Manaus” prometeu integrar a Avenida das Torres com o Distrito Industrial.
O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, espera que o novo prefeito, qualquer que seja ele, considere o Distrito Industrial um bairro da cidade de Manaus. “O que, de fato, é”, lembra.
Ele cobra que o novo gestor municipal, que será eleito em novembro, assuma as condições mínimas de trafegabilidade, limpeza e segurança do bairro.
“Isso é o mínimo que a população espera do prefeito. Nós da indústria esperamos que o prefeito tenha responsabilidade de zelar do Distrito Industrial, como ele merece ser zelado”, cobra Périco.
Promessas e obras que se arrastam
Nos últimos oito anos, as obras nas vias do Distrito Industrial foram a pedra no sapato dos empresários do PIM.
Após uma série de problemas em convênios assinados entre a Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) e a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), que atrasaram em anos a recuperação do Distrito Industrial, em dezembro de 2016 a prefeitura de Manaus finalmente assumiu a responsabilidade pela recuperação das vias.
Um termo de compromisso assinado entre o Prefeito Arthur Neto e a então superintendente da autarquia, Rebecca Garcia, repassou ao município o montante de R$ 150 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o recapeamento das ruas do bairro. A verba foi disponibilizada pelo Tesouro Nacional, por meio do Ministério do Planejamento.
Como contrapartida, a prefeitura de Manaus ficou responsável pela elaboração do projeto.
As obras, no entanto, só foram iniciadas de fato em maio de 2019, quando a prefeitura de Manaus executou os trabalhos de recapeamento e manutenção na bola da Samsung. A execução dos três lotes, foi orçada em R$ 136 milhões – R$ 14 milhões a menos que estimado.
Em janeiro deste ano, a Seminf suspendeu os contratos com as empresas prestadoras do serviço dos três lotes de obras sob a alegação de que a Suframa estaria pedindo modificações no projeto original. Já a Suframa afirmou que a paralisação foi necessária porque a Secretaria do Obras não teria apresentado informações técnicas corretas para análise e também por conta da pandemia do coronavírus.
Em agosto, um novo aditivo foi assinado entre a prefeitura de Manaus e Suframa, garantiu a retomada dos trabalhos.