CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Aquisição da petroquímica Innova pode custar até R$ 1,27 bilhão à Videolar

  1. Principal
  2. Notícias

02/10/2014

A aquisição da petroquímica Innova pela Videolar, aprovada nesta quarta-feira, 01, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pode custar ao final da transação até R$ 1,27 bilhão ao controlador empresa, o empresário Lirio Parisotto. Segundo ele, além dos R$ 870 milhões acertados no ano passado com a Petrobras para assumir a Innova, a Videolar deve pagar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões em referência ao resultado da petroquímica nos últimos dois anos e os dividendos já repassadas para a estatal. O período equivale ao tempo de negociação da aquisição da Innova e a aprovação do negócio pelo Cade.

A Videolar foi criada na década de 1980 por Parisotto. Ele ocupa a 985ª posição na lista de bilionários da revista americana "Forbes", com fortuna estimada em US$ 1,9 bilhão. O empresário diz que o plano, agora, é investir na ampliação da Innova um valor similar ao que foi pago à Petrobras para ampliar a produção de monômero de estireno utilizado para fabricar resinas plásticas. "O Brasil é deficiente em 300 mil toneladas de monômeros", afirmou. O produto é usado, entre outras coisas, para produzir borrachas e tintas. "A intenção é dobrar a produção, mas isso está condicionado ao preço da matéria-prima (derivado de petróleo)", disse.

Aprovação pelo Cade

O Cade aprovou a compra dos ativos da Innova pela Videolar com restrições. O tribunal administrativo determinou medidas para evitar movimentos anticoncorrenciais no mercado de poliestireno. A operação deixa o mercado atendido por apenas duas empresas e a Videolar com 70% de participação. O presidente do órgão, Vinícius Marques de Carvalho, afirmou que a decisão foi para estimular um mercado em crise e a retomada da produção de resina no país. "O que fizemos foi garantir que os aspectos positivos prevaleçam nessa história", disse.

A Innova opera no polo petroquímico de Triunfo (RS), onde produz monômero de estireno e poliestireno, e registrou faturamento bruto de R$ 1,493 bilhão em 2012. A fusão foi comunicada em agosto do ano passado no valor de R$ 870 milhões. A Petrobras recebeu R$ 174 milhões (20% do total) na assinatura da venda e o restante quando a operação for finalizada. A Videolar assume dívidas da Innova no total de R$ 23 milhões.

A Videolar e a Innova produzem resina plástica (poliestireno) utilizada para fabricar produtos descartáveis, embalagens, linha branca de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. A Videolar entrou nesse mercado para produzir embalagens e CDs e DVDs na Zona Franca de Manaus.

Concentração

A fusão dá origem a uma gigante do setor de poliestireno, detentora de cerca de 70% do mercado, segundo números do Cade. Além da Innova e da Videolar, apenas mais uma empresa atua neste segmento: a Unigel. A baixa diversificação de companhias já havia levado a Superintendência-Geral do Cade a apontar, em abril deste ano, a operação como uma transação com potencial para "gerar efeitos anticompetitivos no mercado brasileiro de poliestireno". O órgão pediu o cancelamento da fusão para evitar a formação de um duopólio entre a empresa que surgiria da união Videolar-Innova e a Unigel. Mas o conselheiro-relator Márcio de Oliveira Júnior argumentou que o mercado vive um momento de crise, com a Unigel "hibernando" uma das suas fábricas, o que não geraria prejuízo à concorrência e definiria o mercado nacional de poliestireno.

Para o advogado de defesa da Videolar, Gesner de Oliveira, ex-presidente do Cade e da Sabesp, a fusão não geraria problemas para o mercado brasileiro de poliestireno devido à "formação de preço se dar na esfera internacional". Segundo ele, a união das empresas resultaria em sinergia de produção estimada em R$ 466 milhões. O conselheiro do Cade rejeitou o argumento de que a concentração de mercado seria compensado pelos clientes, em caso de preço elevados, com aumento das importações poliestireno. "As importações representaram 5% do consumo aparente em 2012, ano anterior da operação, indicando reduzida influência", disse.

O conselheiro determinou que a Videolar não poderá mais fazer aquisições de fábricas de resina, deve incentivar o desenvolvimento e a inovação para estimular o surgimento de concorrência, fazer uma neutralização de benefícios tributários recebidos na Zona Franca e permitir o acompanhamento periódico do Cade. Os "remédios" serão alvo de termo de compromisso a ser firmado pela Videolar com o tribunal.

Fonte: Época Negócios

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House