04/10/2013
Em meio às vulnerabilidades do mercado de trabalho cada vez mais brasileiros buscam ingressar no serviço público em nome da estabilidade e da segurança profissional. Estima-se de 12 milhões de pessoas no Brasil fazem provas para concurso público no Brasil. Mas nem sempre o entusiasmo e a dedicação para conseguir uma vaga nas concorridas seleções públicas são compatíveis com o desempenho da administração pública.
No entanto, algumas organizações já estão adotando o método da “avaliação de desempenho por competência” para frear este estigma. O assunto foi abordado pela gestora em recursos humanos e consultora da SG Educação Empresarial, Sônia Goulart, ontem, durante o Congresso Brasileiro de Gestão de Pessoas que encerra hoje. O evento é realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), em Manaus.
A SG Educação Empresarial, já atende clientes como Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) e Fiocruz. A metodologia consiste em aplicar uma avaliação periódica de desempenho ao servidor e mensurar a contribuição de cada um para o resultado na organização.
“Por ser servidor público, a pessoa tem que ter mais comprometimento pelo desempenho, porque seu trabalho tem impacto no modo de vida do cidadão”, disse Sônia.
Segundo Sônia, a burocracia das organizações públicas é vista como empecilho para o desempenho dos servidores, que também se sentem estagnados na carreira. “O sistema é muito burocrático, o que não significa que o jovem deva se render ao sistema. Deve ser o desafio de transformar a burocracia em participação e resultados”.
O evento encerra hoje com as palestras Gestão de Pessoas - o papel do líder nas organizações públicas, ministrada por Ricardo Carvalho; a Gestão de valores na busca da competitividade - endomarketing com resultados diferenciados, por Fernando Marchesini; Gestão por competências - caminhos para a excelência a gestão de pessoas, por Maria Rita Gramigna e Mônica Esteves; e Gestão encantadora - motivando resultados e convergência de propósitos, por Eduardo Moreira.
Identidade e valores culturais
Renomado antropólogo brasileiro, o professor Roberto da Matta esteve no Congresso de Gestão de Pessoas da ABRH falando sobre o “gerenciamento social como mecanismo de fortalecimento de identidade e valores culturais”.
A importância dos ritos de passagens na sociedade e na cultura organizacional fizeram parte da palestra de Roberto, que é PhD em antropologia social pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde lecionou desde a década de 80.
Meritocracia é uma das palavras-chaves do discurso de Roberto que conceituou o “famoso jeitinho brasileiro” e como e como ele transfere isso para suas relações interpessoais e profissionais. “A meritocracia é um problema político clássico e importante no País”, disse ele, ressaltando que nem sempre o mérito é levado em consideração no mundo do trabalho.
Fonte: Portal Acrítica.com.br