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MPEs asseguram geração de empregos formais no Amazonas

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14/10/2021

Os pequenos negócios voltaram a carregar as contratações com carteira assinada, no Amazonas. O saldo registrado pelas MPEs (micro e pequenas empresas) foi de 3.664 vagas formais, na passagem de julho para agosto, o equivalente a 62,66% do total registrado pelo Estado, no mesmo período (+5.847). Com isso, os empreendedores amazonenses apresentaram média de 23,7 novos postos de trabalho celetistas a cada mil já existentes, superando as marcas anteriores, e situando o Estado na terceira posição do ranking nacional –atrás apenas de Roraima e Amapá.

Em oito meses, o saldo das pessoas jurídicas amazonenses de pequeno porte (17.212) respondeu por 67,78% dos postos de trabalho celetistas gerados no Amazonas (25.394), no mesmo acumulado. Em um cenário já de vacinação em massa e queda nas estatísticas da pandemia, mas também de inflação, juros e dólar em alta, a média de 111,96 empregos por milhar também situou o Estado na terceira posição, em todo o Brasil –perdendo apenas para Roraima e Mato Grosso.

Em 12 meses, o desempenho de agosto (+3.644) só não foi melhor do que o de julho de 2021 (+4.287), ficando acima da marca de agosto de 2020 (+3.204) –período de ensaio de retomada pós-primeira onda, no Amazonas. Além de segurar o aglutinado do ano no azul para as MPEs (+17.212), o desempenho superou com folga o saldo do mesmo período de 2020 (+789). É o que revela o mais recente boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), embasado no ‘Novo Caged’ (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Na média nacional, os pequenos negócios responderam por 70,78% dos postos de trabalho (1.559.923), nos oito meses iniciais do ano, também ficando muito acima do resultado de 2020 (-524.297). O comparativo de agosto (+265.153) com igual intervalo do ano passado (+154.901) também rendeu crescimento substancial (+71,17%) na criação de postos de trabalho nas MPEs, que representaram 71,23% dos números globais do país (+372.265), no mesmo mês.

As médias e grandes empresas do Amazonas também avançaram em agosto (+2.205) e nos oito primeiros meses de 2021 (+8.156), respondendo por 37,71% do saldo do Estado, no primeiro cenário, e por 32,12%, no segundo. A comparação do aglutinado de 2021 com igual intervalo de 2020 –quando as MGEs amargaram eliminação de 5.973 ocupações – também mostra melhora substancial. A administração pública, por sua vez, amargou corte de 2 empregos, na variação mensal, e criação de 30 vagas, de janeiro a agosto.

Na média brasileira, enquanto as micro e pequenas empresas encabeçam a geração de empregos por uma margem maior do que a amazonense (acima dos 70%), as médias e grandes empresas colheram números positivos pelo oitavo mês consecutivo, ao contribuir com 28,05% (104.408) do total. A administração pública gerou os empregos restantes (1.147). No acumulado, os números respectivos por rubrica foram 507.255 e 18.071.

Serviços e comércio

O setor de serviços foi um dos mais impactados pela pandemia do coronavírus, foi o que mais puxou a abertura de empregos nas micro e pequenas empresas do Amazonas, com 1.665 novas vagas –em paralelo com um acréscimo de 1.198 ocupações, nas médias e grandes. Foi seguida pelo comércio (+727) –que gerou apenas 235 empregos nas companhias de maior porte. Na sequência vieram construção (+714), indústria de transformação (+479), agropecuária (+29) e serviços de utilidade pública (-3) –contra +148, +446, +251 e -63, respectivamente, para as MGEs.

Em relação ao saldo total dos oito primeiros meses deste ano, as contratações das micro e pequenas empresas amazonenses também foram impulsionadas pelos serviços (+7.952). O comércio (+3.976) esteve igualmente na segunda posição, mas desta vez seguido pela indústria de transformação (+3.388). Foram seguidos por construção (+1.702), agropecuária (+119) e SIUP (+24). As MGEs, por sua vez, pontuaram saldos respectivos de +3.108, -17, +3.150, +1.421, +302 e +113.

Em todo o país, os serviços (+119,3 mil) também carrearam as contratações nos pequenos negócios, sendo responsáveis por 46% de suas vagas, quase o dobro das contratações das médias e grandes empresas do setor (+60,8 mil). Na sequência, vieram o comércio (+69,8 mil), indústria da transformação (+40,6 mil), construção (+30,7 mil) e agropecuária (+2,5 mil), sendo que apenas neste último o número de novas vagas foi inferior ao das companhias de maior porte (+6,7 mil).

Em matéria divulgada no site do Sebrae nacional, o presidente da instituição, Carlos Melles, assinala que o maior número de empregos gerados pelas micro e pequenas empresas demonstra sua importância para a economia do país e reforça a tendência de que as mesmas são vitais para a recuperação da economia nacional.

“Os pequenos negócios são os primeiros a sentir os efeitos de uma grande crise, mas também são os primeiros a conseguir se recuperar, inclusive pela sua estrutura mais enxuta. É por isso que é tão importante a criação e manutenção de políticas públicas que incentivem esse segmento”, frisou.

“Tendência de estabilização”

Em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, a gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, ressaltou que o Amazonas vem apresentando saldos positivos consecutivos, mês a mês, depois de sofrer um período de baixo rendimento celetista, entre dezembro de 2020 e abril de 2021, em função da segunda onda. A primazia de serviços e comércio se daria pelo fato de ambos terem sido os primeiros setores a sentir o impacto da crise da Covid-19. Da mesma forma, também foram os primeiros a se beneficiar do refluxo das estatísticas locais da pandemia.

A executiva ressalta que a recuperação relativa do consumo puxou a demanda por mão de obra, em paralelo com a melhora no processo de imunização da população, mas alerta que essa dinâmica tende a perder força, especialmente diante do agravamento do cenário macroeconômico, materializado pelas altas da inflação, do dólar e dos juros, entre outros entraves que elevam os custos dos pequenos negócios e inibem o consumo. Vale notar que, embora elevada, a parcela dos empregos gerados pelas MPEs do Amazonas vem caindo desde maio, quando representou 90,14% das vagas celetistas geradas no Estado.

“Com certeza, a vacinação contribuiu para a expansão dos empregos. Mas, a expectativa para os próximos meses é de estabilização, após um leve crescimento. A partir disso, o aumento da demanda por mão de obra somente ocorrerá com destaque nos casos de investimento, vindo de entrada de novas empresas no mercado, ou da ampliação das existentes”, apontou. “Se a pandemia foi uma fase difícil, agora entramos em uma mais complicada do ponto de vista econômico: sobreviver em uma economia com inflação anual acima de 10%”, arrematou.

Fonte: Marco Dassori

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