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Coluna do CIEAM

UEA, o melhor investimento

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05/12/2014 21:49

Quando tomou conhecimento do PRODESUS, o projeto das cadeias produtivas da AFEAM, a Agência Estadual de Fomento, que utiliza apenas 10%, infelizmente, das verbas repassadas pela indústria para interiorizar o desenvolvimento, o governador José Melo foi categórico: “A UEA tem que estar presente desde o começo”. E está. Conduzido pela SEPLAN, tendo à frente a coordenação de Airton Claudino, o projeto, em sua elaboração e preparação, contou com a participação do INPA, Embrapa, Fiocruz, IDAM, ADS e os professores da UEA, Universidade do Estado do Amazonas, com a participação de pró-reitores de pesquisa e extensão. Para o presidente da AFEAM, Evandor Gebber, é indispensável a presença da academia para dar ao projeto das cadeias produtivas a dimensão tecnológica da inovação, diversificação e mercado. Para sinalizar o reconhecimento dos acertos dessa iniciativa, o governo do Estado vai solicitar do poder legislativo anteparo legal para conferir à própria UEA a gestão integral dos recursos depositados pela indústria de Manaus para este fim – o Fundo UEA. Ainda nesta direção, no próximo dia 15, o reitor Cleinaldo Costa, na reitoria da Universidade, promove a celebração e instalação do Grupo interinstitucional que vai promover as instâncias de cooperação entre as entidades do setor produtivo, da academia estadual e da instituição responsável pelo amparo à pesquisa, respectivamente, UEA/FIEAM/CIEAM e FAPEAM. O objetivo deste Grupo será criar um Conselho na estrutura da UEA para acompanhar, sugerir e promover mecanismos de ação compartilhada entre as empresas mantenedoras do ensino público superior do Estado e a rotina da Universidade, sem prejuízo de sua autonomia acadêmica. Decididamente, à luz da demanda do conhecimento e da qualificação dos nossos jovens, a UEA é o melhor investimento e o mais proveitoso retorno para todo o tecido social.

Pró-Inovalab

Nesta quarta-feira, com a presença de cientistas, pesquisadores, professores e alunos e da diretoria-executiva do CIEAM, a Universidade do Estado do Amazonas deu mais uma salto na direção tecnológica focada na inovação ao implantar o Programa Pró-Inovação no Ensino Prático de Graduação (Pró-Inovalab Amazonas). A partir de agora, através da criação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), alunos e professores possam ter acesso aos conteúdos e materiais didáticos por meio de tablets, computadores e smartphones. O lançamento do programa aconteceu no auditório da Escola Superior de Ciências da Saúde da UEA, localizada no bairro da Cachoeirinha, em Manaus, onde se concentram um dos segmentos que fará uso imediato dessa tecnologia para qualificar profissionais de saúde. A implantação do programa na Universidade é fruto da parceria com a Universidade de São Paulo (USP), sendo que a UEA é a segunda instituição de ensino superior do Brasil e da América Latina a adotar o Pró-Inovalab. Para o reitor da Universidade, Cleinaldo de Almeida, a meta é que em quatro anos todas as unidades da UEA no Estado estejam com o programa.

Educação, inovação e aprendizagem

Um dos gargalos do ensino é justamente dar um salto na direção da eficiência com as tecnologias da informação e da comunicação digital, deixando para traz o enfadonho método de aula expositiva, quadro negro, giz ou pincel atômico, para motivar alunos sonolentos com essa ferramenta pré-histórica. Segundo o reitor Cleinaldo, “É uma revolução de ensino que chega a nossa universidade com esse tipo de inovação das tecnologias de informação e comunicação. Queremos que toda a Universidade esteja coberta pelo Pró-Inovalabe nos próximos quatro anos. Vamos começar a treinar nossos docentes, alunos monitores e técnicos administrativos”. Além da criação de novos formatos de materiais digitais, o Pró-Inovalab possui o programa “Homem Virtual”, um sistema de computação gráfica que consiste na produção e desenvolvimento de imagens tridimensionais das estruturas do corpo humano com impressões em terceira dimensão (3D). Conforme o coordenador Pró-Inovalab da USP, professor Chao Lung Wen, a produção de objetos e estruturas do corpo humano vai suprir uma demanda e facilitar o aprendizado dos alunos. “O aprendizado em Medicina, Enfermagem e Odontologia tem um problema sério, que é a falta de corpo humano para aprender anatomia. Então o projeto trabalha com a inovação de produzir estruturas semelhantes a do corpo humano para que o aluno possa aprender”.

A tecnologia do guaraná


A tecnologia do guaraná – desidratar os alimentos para utilizá-los na época de escassez proteica, no ciclo das águas tropicais - foi inventada pelos Sateré-Maweé, índios da Amazônia há aproximadamente 15 mil anos. Desidratar alimentos para consumi-los com inteligência e eficiência foi a tecnologia amazônica usada para permitir a presença humana nas viagens espaciais. Sem os comprimidos desidratados o homem não estaria nas estações científicas espaciais. Nos jornais desta semana, a informação de que a Bahia está produzindo quase 3 vezes mais guaraná que a Amazônia dá a ideia de quanto carecemos de investimento, sobretudo na relação da inovação com a produtividade, para fazer jus à mais antiga vocação de negócios da floresta. Multiplicam-se no Brasil de hoje ações para adensar e estreitar o relacionamento entre universidade e setor produtivo e da academia brasileira em geral com a Amazônia, sua história, possibilidades e promessas. Existem mais de 500 pesquisas em andamento sobre temas amazônicos apenas na USP que se somam a centenas de expedições pedagógicas e científicas à região levadas a efeito por instituições brasileiras todos os anos. USP e UEA, a Universidade do Estado do Amazonas, estreitam colaboração com este fim e muitos frutos começam a brotar. Além do Inovalab, criado na USP, está em andamento uma parceria de qualificação em nível de doutorado na área de gestão – com a colaboração intensa do professor Jacques Marcovitch, que dirigiu a USP nos anos 90 – reunindo os departamentos de Administração da USP e da UEA, além de projetos em andamento, como o Pioneirismo Empresarial Brasileiro e o Estado do Amazonas, um curso na FEA/USP que revela uma curiosidade promissora e fecunda da academia pela bioecologia e biogeografia e negócios da Amazônia, nossa História, e simboliza promessas e expectativas alvissareiras. Os pioneiros do Amazonas já foram transformados em unidades de programas de pós-graduação, sem falar na parceria de tele-medicina e de Ensino à Distância. É emblemático recordar que o Instituto Smithsonian dos Estados Unidos detém o acervo das obras de e sobre o pesquisador britânico, Alfred Wallace Russel, que desenvolveu sua teoria do evolucionismo no Amazonas, no século XVIII, algo em torno de 10 mil títulos. O acervo está na Web e concorre com o Museu Botânico de Kew Gardens, do Reino Unido, para pontificar e definir quem tem o maior conteúdo de informações sobre a Amazônia. Ali, os britânicos construíram uma floresta tropical, recriada num espaço de 20 mil metros quadrados de aço e cristal, para ilustrar o apreço científico e empresarial que a Amazônia representa, e que supera o acervo de biodiversidade de todas as instituições locais e nacionais reunidas.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 05.12.2014

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