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Inovação para gerar riqueza

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29/09/2022 11:16

Alfredo Lopes (*)

A Universidade do Estado do Amazonas vai apresentar um portfólio 2022 da sua Agência de Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual. Esta medida é fundamental para um futuro mais próspero do Amazonas e de sua Indústria. Entretanto, apesar de inúmeras interações das universidades de Manaus com as indústrias do Polo Industrial, sempre fica a sensação que muito mais pode ser feito.

Está na hora das indústrias locais se aproximarem mais das universidades locais. O que está feito é bom, mas pode melhorar muito mais. Quanto mais houver de ciência e tecnologia locais nas linhas de produção e de produtos das indústrias do Polo Industrial de Manaus, melhor para o Amazonas e para o país.

Exemplo de oportunidade seriam ações setoriais integrando uma subárea da universidade, com subáreas das indústrias. Exemplo os principais gestores de ferramentaria do Polo de Duas Rodas poderiam falar para os principais pesquisadores e professores dos cursos de Mecânica das universidades. Encontros setoriais onde quem vive os problemas apresente os seus problemas e quem procura problemas para pesquisar encontre oportunidades de pesquisa.

A criação de uma Agência de Inovação talvez traga esta oportunidade: o elemento de catálise e integração do chão da universidade com o chão das fábricas. Precisamos sair da teoria da inovação para a prática da inovação. Muito mais conversa, para colocar mais prática para os cerca de R$ 500 milhões de contribuições da indústria amazonense para a UEA ao ano.

A aproximação estreita de quem faz a indústria acontecer pode gerar uma prosperidade ampla para o Amazonas e trazer novas oportunidades de pesquisas práticas, instigar pesquisas básicas e ajudar a fomentar o empreendedorismo acadêmico. Há muito de ganhos mútuos, porque os trabalhadores das fábricas também serão instigados a seguir estudando ou a voltar para o ambiente acadêmico de onde já saíram, por vezes faz alguns anos.

Segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) disponíveis na publicação Zona Franca de Manaus: Impactos, Efetividade e Oportunidades, que levantou e analisou dados sobre o modelo de desenvolvimento regional com o uso de ferramentas econométricas, apontam que os anos de escolaridade de Manaus após a implantação da Zona Franca de Manaus são superiores ao do estado de São Paulo, embora inferior a capital paulista durante o período avaliado, de 1970 a 2010.

“Quando analisamos a escolaridade dos trabalhadores da indústria, temos números ligeiramente mais altos. A escolaridade dos trabalhadores da indústria do Amazonas tem trajetória ascendente e similar ao de São Paulo sendo, em 2015, 10 anos e 10,26, respectivamente. Já no caso do Pará, o valor foi de 6,55. Comparada a outros estados, a escolaridade dos trabalhadores da indústria do Amazonas parece ter trajetória semelhante, aparentando não haver relação com a implantação da ZFM. Todavia, a escolaridade cresce mais no Amazonas que no Pará, o que indica que Manaus pode ter sido impactada pela ZFM”. (página 28).

Esse documento de 2019 apresenta um conjunto de estudos que visam avaliar os impactos socioeconômicos e ambientais do programa Zona Franca de Manaus. Apresenta, também, uma avaliação da evolução e da efetividade dos gastos tributários com o programa.

A parceria entre os trabalhadores do PIM, as empresas do Parque Industrial e as universidades de Manaus pode colaborar para que este potencial finalmente vire prática de inovação e os resultados desta parceria levem o Amazonas a patamares mais altos e até onde sua população merece, saindo da posição pífia que ocupa hoje no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), para o qual o IBGE registra em seu ranking 11 municípios amazonenses entre os mais baixos IDHs entre os 50 piores do país.

Sim, o que está feito pode melhorar muito mais.

Alfredo é editor geral do portal BrasilAmazoniaAgora

*esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

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