09/10/2015 16:53
A lição de amor à Natureza
Por toda a gravidade das ameaças do clima, as catástrofes naturais, o desequilíbrio decorrente do modelo predatório de progresso adotado por esta civilização, vamos primeiro lembrar do significado da Celebração das Cerejeiras na história do respeito, da amizade e da união com a natureza, a vida e o próximo que aprendemos dos irmãos japoneses quando celebram a florada das cerejeiras no Japão. Um momento sagrado que recomenda a reunião da humanidade com a natureza, com os nossos semelhantes e a nossa história, uma lição preciosa, emergencial, no mundo atual ameaçado pelas mudanças climáticas, pelas guerras e pelo egoísmo. Os samurais, os guerreiros japoneses, veneravam a flor de cerejeira, a beleza eterna da Natureza associada à efemeridade da existência humana. Daí o lema dos samurais: viver o presente sem medo. Existe coisa mais sábia e oportuna do que esta lição neste momento sombrio. A cerejeira fica pouco tempo florida, por isso suas flores representam a fragilidade da vida, cuja maior lição é aproveitar intensamente cada momento, pois o tempo passa rápido, a vida é curta, as oportunidades e a luta não podem ficar para depois.
A lição da resistência e da luta
Há 60 anos a bomba atômica inventada pela estupidez humana destruiu duas cidades históricas do Japão. Hiroshima e Nagasaki. O povo japonês não ficou intimidado. Eles não fugiram da luta pela vida, muito pelo contrário. Se uniram, e se tornaram uma das nações mais prósperas do planeta, mais unidas e determinadas. Hoje, muitos países escolhem o caminho da guerra em nome da paz. Uma insanidade sem tamanho, pois o que gera paz e estabilidade não é o armamentismo e a ostentação de força, mas a conciliação e a prosperidade. Essa deveria ser a lição dos monstruosos horrores da Segunda Guerra Mundial, não só para o Japão, enquanto vítima e pretexto americano para impor-se ao mundo, mas também para os demais protagonistas políticos e militares da região. União, amizade, dar-se as mãos são lições eternas e necessárias que emanam da celebração piedosa dos 60 anos de Hiroshima e Nagasaki. Bomba atômica nunca mais!!!
As fibras da Amizade
O Ciclo da Borracha na Amazônia produziu muita riqueza e ajudou a sustentar o Brasil por três décadas. Os historiadores afirmam que, neste período, a Amazônia contribuiu com 45% do Produto Interno Bruto, toda a riqueza gerada por um país. Quando acabou, restou por toda a floresta a angústia do abandono, das penúrias e da pobreza. Foi quando os japoneses vieram para a Amazônia e trouxeram as fibras vegetais da amizade, com a juta e a malva, gerando uma riqueza importante para nossa gente. Durante muitos anos, antes da implantação do modelo Zona Franca de Manaus, os japoneses contribuíram decisivamente para disseminar uma cultura de fibras naturais e promoção social, gerando esperança e conquista de dias melhores. Depois vieram as fibras da dedicação e talento humano com os investimentos das empresas japonesas no polo industrial de Manaus. Ainda hoje, as empresas permanecem apostando na Amazônia, a despeito das dificuldades e instabilidade que este modelo representa. Assim, com uma presença de colaboração e fraternidade tem sido construída e consolidada uma bela trajetória de união entre o Brasil e o Japão, uma história de amizade, crescimento e benefícios para todos. Vida longa à solidariedade universal e parabéns ao Brasil e ao Japão por esta edificação fraterna e exemplar. Muito Obrigado, Arigatô!!!"
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 09.10.2015