17/10/2023 11:30
Antonio Silva
Presidente da FIEAM
A seca dos nossos rios atinge com gravidade toda a região, causando deficiências ao abastecimento de insumos e produtos essenciais ao povo, prejudicando também a educação dos nossos jovens e crianças, que enfrentam sérios obstáculos para locomover-se de suas casas até a escola.
As queimadas que poluem o ar com a fumaça, tornando difícil a respiração das pessoas, em especial de idosos e crianças, prejudicam a saúde de toda a população além de provocarem mais dispêndios de recursos em nível federal, estadual e municipal, que oferecem serviços públicos para o mínimo de atendimento à população necessitada.
São dificuldades e problemas que se multiplicam e somam-se aos demais enfrentados por todos que moram nesta região, com situações parecidas comum cenário de guerra. Não podemos e não devemos descuidar do bem-estar da população, do atendimento às necessidades mais prementes do povo.
A nossa missão neste momento de tantas atribulações é participar de forma proativa de todas as ações que auxiliem no combate às queimadas e socorrer quem enfrenta as intempéries do clima com a estiagem prolongada.
Ainda temos observado grande quantidade de fumaça poluindo o ar de Manaus, que tem se mostrado mais adaptada para enfrentar as mudanças climáticas, devido a sua infraestrutura de saúde, disponibilidade de leitos hospitalares, plano de ação para atender ocorrências mais graves e a presença da Defesa Civil, mas o maior sofrimento é enfrentado pelos municípios do interior. Felizmente, já ocorrem chuvas para amenizar a poluição do ar, prevendo-se para os próximos dias uma constância de chuvas à tarde e à noite na região. Espera-se que as precipitações pluviométricas ocorram em locais que favoreçam a cheia dos rios.
No sul e oeste do estado preveem-se várias pancadas de chuva e raios a qualquer hora, podendo chover forte. Nas demais áreas o sol deverá aparecer forte com ocorrência de chuvas isoladas à tarde ou à noite.
Teme-se que o futuro impacto da estiagem na Região Amazônica tenha consequências diretas na diminuição da nossa biodiversidade, provocadas pelas alterações no ciclo reprodutivo de animais e plantas, bem como no processo de savanização da floresta, em virtude do aumento da temperatura.
Porém, o mais grave para a economia local é a demora no início do período de cheias dos rios, que afeta demais o potencial pesqueiro, reduz a produção agrícola, afeta diretamente a segurança alimentar da população e prejudica o desempenho das empresas do setor industrial, que dependem principalmente do modal fluvial para o seu funcionamento, para o abastecimento de matéria-prima e insumos, e para a desova da produção.
O mercado externo, sempre imprevisível, apresenta um cenário pouco favorável à economia nacional, com consequências preocupantes, face aos problemas provocados pelas guerras entre Rússia x Ucrânia e Israel x Hamas, que resultam em efeitos no preço do petróleo, no custo de produção de fertilizantes, no preço do diesel e no aumento do custo de fretes.