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ZFM e seus desafios

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10/07/2018

Paulo Takeuchi

e-mail: paulo_takeuchi @honda.com.br

A greve dos caminhoneiros refletiu na produção e comercialização de motocicletas em junho e contribuiu para volumes inferiores, na comparação com o mês anterior. Uma parte devido às dificuldades de distribuição de produtos e outra em função da falta de confiança com relação ao futuro da política econômica, gerando insegurança aos consumidores. Esta insegurança é legitima porque na realidade o problema da greve não foi solucionado ainda e, também, nos mostrou a fragilidade de infraestrutura que temos no País. A tabela de fretes, considerada ilegal, está para ser analisada no STJ e, mesmo considerando que poderá ser julgada como válida, sua execução na prática é totalmente inviável. A manifestação dos caminhoneiros refletiu o descontentamento da população com a atual situação do Brasil e o receio em assumir dívidas em financiamentos e aquisições de bens de valores mais elevados. Neste cenário acreditamos que, apesar de um volume de comercialização melhor, não podemos ser otimistas quanto ao crescimento significativo do mercado neste semestre. A indefinição política e as eleições que se aproximam trazem muitas incertezas a todos e teremos que conviver dia a dia com a falta de informações seguras para realizar planos em longo prazo.

A única certeza que temos é o ataque que a ZFM continuará a sofrer. E parte dele vem do próprio governo federal que desconhece a importância deste polo econômico para o país. Os desafios serão grandes, pois teremos que unir as forças e usar toda a sabedoria para assegurar as vantagens fiscais e também agir para realizar um grande salto de competitividade na região. Os ataques contra a ZFM já estão ocorrendo, como a perda de incentivos dos concentrados para ajudar pagar o subsídio do diesel dos transportadores. Além disso, o incentivo do Imposto de Renda concedido pela Sudam acaba neste ano e ainda não temos garantia de renovação. Também há a pressão para reduzir cada vez mais os auxílios federais, sem nenhuma contrapartida, como melhorias de infraestrutura. Ao contrário: as ruas do Distrito Industrial estão abandonadas, esburacadas e sem nenhuma segurança – fato que vem se agravando por toda a região.

Outra ameaça para a ZFM são os acordos comerciais de livre comércio que estão ocorrendo, como o Mercosul e União Europeia, México, Japão e outros países. Eles são importantes para o desenvolvimento de uma nação, mas, desde que observadas e incluídas a questão de zonas francas, pois já são de livre comércio.

Por fim, é importante conhecer as propostas dos candidatos à presidência, governo de Estado e ao Congresso com relação à ZFM. O que eles sabem e pretendem fazer com o futuro da ZFM e da Amazônia são questões muito importantes, pois se não houver uma política que direcione o desenvolvimento sustentável da região, não conseguiremos manter e sobreviver o que se construiu até hoje.

Os desafios são grandes, mas há solução. E para isso a população tem que colaborar e eleger políticos que pensem no país e não em seus benefícios próprios. Vamos participar desta mudança.

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