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Greve e tributação afetam setor de bebidas

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03/07/2018

Notícia publicada pelo site Valor Econômico

A greve dos caminhoneiros e a mudança na tributação para refrigerantes surpreenderam o setor de bebidas em junho, afetando o desempenho da indústria. Esses fatores têm levado analistas de mercado a reduzir as previsões para o setor no segundo trimestre.

O Credit Suisse reduziu a previsão de crescimento do mercado de cerveja no segundo trimestre de uma alta de 4% para estabilidade, em comparação com o mesmo intervalo de 2017. O UBS também reduziu a previsão de aumento de um dígito baixo para estabilidade. A Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que reúne as maiores cervejarias do país, ainda avalia os impactos desses fatores no desempenho.

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em abril, a produção de bebidas no país aumentou 11,6% em comparação com o mesmo mês de 2017. No primeiro quadrimestre do ano, a produção no setor cresceu 4,5%, indicando que houve uma aceleração na produção para atender à demanda em expansão dos consumidores.

Havia expectativa de aumento no consumo de bebidas no segundo trimestre, em função de uma melhora no ambiente macroeconômico e da Copa do Mundo da Fifa. Mas o consumo foi afetado, no início de junho, pela greve dos caminhoneiros e por uma recuperação da economia mais lenta do que o previsto.

Em relatório recente, o Credit Suisse informou ter ouvido da Ambev que a greve dos caminhoneiros levou a companhia a registrar o volume de vendas mais baixo de sua história durante sete dias da greve. O banco calcula que essa perda deve gerar uma redução de 4 pontos percentuais no crescimento de vendas da companhia previsto para o segundo trimestre, fechando o período com estabilidade no volume de vendas no país.

Outro fator com impacto negativo no setor foi a decisão do presidente Michel Temer de reduzir o crédito de IPI, o Imposto sobre Produtos Industrializados, de 20% para 4%, para indústrias fabricantes de xarope de refrigerantes com produção na Zona Franca de Manaus. A medida faz parte do pacote para custear o subsídio de R$ 13,5 bilhões ao diesel e pôr fim à greve dos caminhoneiros.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir), a redução na alíquota de crédito de IPI pode exigir que as empresas reajustem os preços dos produtos em 8%, o que acarretaria uma queda de 15% nas vendas ou perda de R$ 6 bilhões em faturamento. No primeiro trimestre, segundo a Abir, as vendas de refrigerantes no país já recuaram 22%.

O Credit Suisse estima que o xarope concentrado represente 15% dos custos de produção de refrigerantes da Ambev no Brasil. Para as engarrafadoras da Coca-Cola no país, o impacto pode ser maior, considerando que o xarope é 40% do custo total de produção. Atualmente, a Zona Franca de Manaus concentra 95% das fabricantes de xarope de refrigerantes no país.

Os bancos ponderam também que a recente desvalorização do real e do peso argentino frente ao dólar terão impacto negativo sobre o desempenho das fabricantes de bebidas no país.

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