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Ibovespa Futuro recua com guerra comercial e queda da indústria chinesa; dólar atinge R$ 3,90

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02/07/2018

Notícia publicada pelo site Infomoney

Os contratos futuros do Ibovespa com vencimento em agosto recuavam 0,69%, aos 72.355 pontos, às 9h18 (horário de Brasília) desta segunda-feira (2), acompanhando o mau humor do mercado internacional com os temores de guerra comercial voltando a se intensificar e com o resultado abaixo do esperado da produção industrial chinesas, duas notícias que afetam negativamente as commodities.

Em entrevista ao canal de televisão norte-americano, Fox News, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou atacar a UE (União Europeia) e os acordos comerciais feitos até então com o bloco. Segundo o presidente, a UE é "possivelmente tão má como a China" na sua relação comercial com os Estados Unidos, em especial no setor automobilístico: “veja o exemplo dos carros. Eles mandam os Mercedes deles para cá e nós não podemos mandar para lá os nossos carros”, criticou.

Ainda na entrevista, Trump acusou a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de manipular o mercado, em linha com as críticas feitas no próprio sábado (30), quando postou através de sua conta oficial do Twitter que o rei da Arábia Saudita, Salman, concordou com seu pedido para aumentar a produção de petróleo em "talvez até 2 milhões barris" para compensar a produção do Irã e da Venezuela. Essa declaração faz com que a commodity recue cerca de 0,6% em NY e Londres.

Para contribuir ao clima de maior aversão ao risco, os últimos dados de atividade industrial da China mostram que a expansão do setor manufatureiro chinês perdeu força no mês passado, levando a um recuo das commodities metálicas. O PMI (Purchasing Managers Index) oficial da indústria chinesa caiu de 51,9 para 51,5 na passagem de maio para junho, enquanto medida similar da IHS Markit e da Caixin Media recuou de 51,1 para 51 no mesmo período. Apesar da queda, os números ficaram em linha com o esperado pelo mercado.

Por conta disso, os contratos futuros de dólar com vencimento em agosto registravam alta de 0,30%, aos R$ 3,900. Para frear a disparada da moeda, o BC anunciou na sexta-feira (29) plano de rolar integralmente os US$ 14 bilhões de swaps que vencem em 1º de agosto e de fazer leilões de swap cambial e de linha nas próximas semanas, sempre que necessário. Nesta segunda, a autoridade monetária irá fazer um leilão de até 14.000 contratos de swaps às 10:40.

Na mesma toada, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 subiam 3 pontos-base, aos 9,32%, de olho em mais um leilão coordenado entre BC e Tesouro. O Tesouro disse que fará atuações extraordinárias na terça e quarta desta semana. A preferência no momento será ofertar títulos mais curtos, dado que curva inclinada eleva custo de títulos mais longos.

Na mesma toada, os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2021 subiam 3 pontos-base, aos 9,32%, de olho em mais um leilão coordenado entre BC e Tesouro. O Tesouro disse que fará atuações extraordinárias na terça e quarta desta semana. A preferência no momento será ofertar títulos mais curtos, dado que curva inclinada eleva custo de títulos mais longos.

Bolsas mundiais O jogo decisivo entre Brasil e México para definir quem irá para as quartas de final da Copa do Mundo na Rússia começará apenas às 11h. Mas, para os nossos rivais, a semana já começou com definições. A esquerda chegou ao poder no país, na maior e mais violenta eleição da história recente. Segundo dados preliminares, Andrés Manuel Lopez Obrador, conhecido como AMLO, foi eleito presidente com 53% do apoio do eleitorado – mais que a soma de votos obtidos pelo segundo e terceiro colocados, representando os dois partidos que há 100 anos governam o pais. Com isso, a segunda-feira começou com recuo para o peso mexicano.

Já as bolsas europeias e S&P futuro caem, enquanto dólar sobe contra maioria dos pares com temores continuados de desdobramentos da guerra comercial, enquanto euro se enfraquece com crise política na Alemanha, após o ministro do Interior ameaçar se demitir devido às políticas migratórias. Angela Merkel tem encontro marcado para esta segunda-feira com o ministro. O dia também é de fortes quedas para as bolsas asiáticas, também de olho na guerra comercial. Na sexta-feira (06), vence o prazo para que Washington aplique tarifas a US$ 34 bilhões em produtos chineses. No mesmo dia, Pequim promete retaliar e tarifar o mesmo valor em bens americanos.

Às 9h18, este era o desempenho dos principais índices:

*S&P 500 Futuro (EUA) -0,53%

*Dow Jones Futuro (EUA) -0,61%

*Nasdaq Futuro (EUA) -0,68%

*DAX (Alemanha) -0,36%

*CAC-40 (França) -0,91%

*FTSE (Reino Unido) -0,94%

*FTSE MIB (Itália) -0,85%

*Xangai (China) -2,5% (fechado)

*Nikkei (Japão) -2,2% (fechado)

*Petróleo WTI -0,08%, a US$ 74,09 o barril

*Petróleo brent -0,67%, a US$ 78,70 o barril

*Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian -1,91%, a 463,00 iuanes (nas últimas 24 horas)

*Bitcoin -1,20%, R$ 24.600 (confira a cotação da moeda em tempo real)

Agenda econômica da semana

Após a alta de 2,4% do dólar na semana passada, o Banco Central anunciou na sexta-feira plano de rolar integralmente os US$ 14 bilhões de swaps que vencem em 1 de agosto e de fazer leilões de swap cambial e de linha nas próximas semanas, sempre que necessário. Nesta segunda, o BC faz leilão de até 14.000 contratos de swap de 1 de agosto; a autoridade monetária reafirma que não vê restrições para que o estoque de swaps cambiais exceda consideravelmente os volumes máximos atingidos no passado.

Já entre os indicadores, destaque na quarta-feira (4), para o resultado da produção industrial, divulgado pelo IBGE. A GO Associados projeta queda de 16,6% ante o mês de abril, que caso se confirme, será a maior queda na série histórica do setor, sendo reflexo da greve dos caminhoneiros. Segundo os economistas, os indicadores antecedentes do setor mostraram números bastante negativos, corroborando para a projeção pessimista do setor no mês.

Já na sexta-feira (6), o evento mais importante da semana: o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho. A expectativa da GO é de alta de 1,02%, levando o indicador para 4,14% no acumulado de 12 meses. A inflação deve seguir pressionada em função da greve dos caminhoneiros e do acionamento da bandeira vermelha nível 2 nas contas de energia elétrica. "Em termos prospectivos, a inflação deve seguir abaixo do centro da meta neste ano. Parte dos efeitos da greve devem ser devolvidos ao longo dos próximos meses. No entanto, a desvalorização cambial deve levar a uma inflação mais elevada no ano", afirma a GO Associados.

Agenda externa da semana

Nos EUA, atenção para terça-feira (3) e quarta-feira (4). No primeiro dia, o mercado fechará mais cedo, às 13h, por conta do feriado no dia seguinte, de Dia da Independência do país. Além disso, a semana terá atenção especial para a guerra comercial entre os EUA e seus parceiros comerciais.

Nesse cenário de indefinição, o mercado ficará de olho aos dados de atividade relativos aos meses de maio e junho, que serão publicados durante a semana: o PMI industrial de junho sai nesta segunda-feira (2), as encomendas à indústria de maio saem na terça-feira (3), e o PMI composto e de serviços de junho será divulgado na quinta-feira (5).

Por fim, o dado mais importante da semana sai na sexta-feira (6), com o relatório de emprego, que será importante para calibrar o ritmo da inflação no país. Dados acima do esperado devem reforçar o fortalecimento da retomada nos EUA e elevar a probabilidade do cenário com 4 altas de juros em 2018.

Noticiário político

Em meio ao clima de Copa do Mundo, a política ganha menos destaque nas páginas dos jornais. Mas, mesmo assim, importantes desdobramentos que podem ter implicação inclusive nas eleições continuam sendo destaque. Na sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu arquivar a reclamação apresentada pela defesa do petista de que um recurso pela liberdade de Lula fosse analisado pela Segunda Turma, e não pelo plenário da Corte, conforme determinado pelo ministro Edson Fachin. Com isso, o caso do petista só deverá ser analisado pelo plenário da Corte em agosto, já que o Supremo entrou em recesso.

Na última sessão do STF antes do recesso, o ministro Edson Fachin afirmou que vai analisar inicialmente se a questão da inelegibilidade do ex- presidente será enfrentada ou não pelo plenário do tribunal, antes de discutir a questão da prisão, segundo reportagem do site Jota Fachin deu cinco dias de prazo para que a defesa de Lula esclareça se quer ou não tratar da elegibilidade. Na prática, se o plenário do Supremo Tribunal Federal decidir que Lula está inelegível, o ex-presidente não terá outra instância para recorrer.

As movimentações para alianças eleitorais também chamam a atenção. Segundo a Folha de S. Paulo, com dificuldade para fechar alianças consistentes, o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, cedeu à pressão e acenou ao PSB com a vaga de vice em sua chapa ao Planalto. Em troca, porém, quer que o partido anuncie apoio a sua candidatura nas próximas duas semanas.

Noticiário corporativo

A Petrobras segue sendo o destaque do radar corporativo. Segundo a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, o Cade vai acabar com o monopólio de refino da Petrobras. Após a greve dos caminhoneiros, órgão responsável por zelar pela concorrência teria criado grupo de trabalho para dar fim ao monopólio, apontado como um dos responsáveis pelos altos preços dos combustíveis. Segundo a coluna, o Cade encerrá trabalhos em setembro, determinando quantas refinarias a Petrobras terá que vender e em que prazo. Em entrevista à Folha, presidente do Cade, Alexandre Barreto, defende periodicidade para reajustes da Petrobras. A estatal ainda realizou nesta sextafeira o pré-pagamento de dívida de US$ 500 milhões.

Já a BRF anunciou na sexta um plano para reduzir a alavancagem e gerar R$ 5 bilhões. A previsão é que a razão entre a dívida líquida e o Ebitda fique em torno de 4,35 vezes em dezembro de 2018, já considerando a recente alta do dólar e os impactos das restrições de exportação, e abaixo de 3 vezes em dezembro de 2019. A Copasa, por sua vez, teve aprovado reajuste médio de 4,31%, enquanto a CSN concluiU A venda de unidade nos EUA para a Steel Dynamics por US$ 400 milhões.

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