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Siemens fora da ZFM

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29/06/2018

Notícia publicada pelo jornal Acritica

Após 35 anos, a última subsidiária da gigante alemã Siemens, deixa a Zona Franca de Manaus. A Siemens Eletroeletrônica está de saída da Polo Industrial de Manaus, onde operava há 13 anos produzindo disjuntores e outros dispositivos elétricos. A informação foi confirmada pelo presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, que lamenta o encerramento das atividades. Segundo ele, a crescente perda de competitividade na Zona Franca foi fator decisivo para a desativação da fábrica.

"O segmento em que ela atua, na parte dos disjuntores, não consegue competir com o similar importado. E por esse motivo a empresa encerrará as atividades e deixará de produzir já no meio deste ano, o que é lamentável, principalmente pelo fato de a empresa ser uma grande potência mundial. Acredito que faltou uma política de governo para preservar a atividade industrial, e isso trará reflexos na economia, como o desemprego e a falta arrecadação para o Polo Industrial de Manaus", diz.

A primeira filial da Siemens chegou a Manaus em 1983, quando produzia aparelhos eletroeletrônicos. Em janeiro de 1998, uma nova filial em Manaus passou a produzir telefones analógicos por ano. No início dos anos 2000, a Siemens era uma das mais importantes fabricantes de telefones celulares do País.

Em 2006, a Siemens VDO foi inaugurada para produzir autorrádios. Com o advento da Lei de Informática, a empresa retirou de Manaus a produção de celulares e de autorrádios, restando apenas a fabricação de disjuntores e equipamentos elétricos, produção que será encerrada.

Por meio de nota, a empresa informou que a decisão está relacionada ao direcionamento estratégico da companhia. "A Siemens está aprimorando seu portfólio de baixa tensão no Brasil.

Diante deste cenário, a Siemens informa que as linhas de produção presentes na fábrica de Manaus serão descontinuadas", diz o comunicado.

Com relação aos cerca de 300 colaboradores da fábrica, a empresa garante que todos os direitos estabelecidos em lei serão respeitados e, também, está avaliando o aproveitamento de parte deles em posições de trabalho em outras localidades. "A Siemens continua presente na Região Norte do Brasil, empregando mais de 250 colaboradores por meio da empresa Guascor.

A companhia está em 20 localidades nos estados do Acre, Amazonas e Pará, onde atua na geração de energia distribuída com potência instalada de 190 MW, atendendo mais de 760 mil habitantes em comunidades remotas da região", conclui a nota.

Competitividade

A Siemens Eletroeletrônica já foi a terceira maior exportadora da Zona Franca de Manaus. Em 2005, ficava atrás apenas da Nokia e da Moto Honda. A redução paulatina das operações da empresa no Polo Industrial de Manaus foi ocorrendo à medida que o modelo ia perdendo competitividade, a partir de meados da década passada.

Pontos

c Trajetória da Siemens no AM

c A Siemens é uma corpo

c É o maior conglomerado industrial da Europa e um dos maiores do mundo.

São mais de 360 mil funcionários em 190 países.

c Desde 1983, Manaus já sediou três filiais da Siemens.

A primeira delas foi a Siemens Eletroeletrônica, inaugurada em

1983.

c Em 2002, a empresa iniciou a produção na Zona Franca de Manaus de telefones móveis da tecnologia europeia GSM.

c Em 2006 veio a Siemens VDO, produzindo autorrádios na Zona Franca.

O advento da Lei de Informática, com incentivos em todo o País, as filiais deixaram Manaus.

Antiga fábrica da Siemens Mobile, de telefones celulares, produção foi para SP

Blog `` José Alberto Machado

Economista

Essa é uma lógica esperada. Nós temos tido uma pressão muito grande das importações. Tanto importações do sudoeste asiático como um todo, não apenas da China. E agora, mais próximo da nossa área de produção, o Paraguai tem se tornado cada dia mais um polo exportador para o Brasil. Nesse caso em particular, ela é fruto de uma realidade produtiva internacional.

Especificamente,nós tivemos uma modificação dessa produção em escala enorme, de caráter mundial, que vem se estruturando cada vez mais nos últimos 20 anos e, mais recentemente, do Paraguai próximo da fronteira brasileira.

Portanto é uma realidade do barateamento da produção internacional e, no nosso caso, o único fator de redução de custo que nós temos era a diferença tributária que também foi diminuindo ao longo do tempo.

O segundo aspecto é o fato de não termos mostrado nada para, digamos assim, especializar ou tornar a ZFM mais competitiva em outros campos, campo de conhecimento, de tecnologia, de logística e outros. Este caso acredito que tenha ocorrido devido às políticas que não foram feitas, decisões políticas que poderiam ter tornado a nossa produção mais barata, para tornar a nossa produção mais autônoma e qualificada".

Fragilização do modelo industrial

A confirmação de fechamento da fábrica da Siemens na Zona Franca de Manaus chega no momento em que o modelo industrial cambaleia diante de uma série de ameaças que vem reduzindo a competitividade das empresas instaladas por aqui.

Entre os casos recentes está o decreto presidencial que reduziu incentivos do segmento de concentrados, e o lobby contra a Transire, fabricante de maquininhas de pagamentos por cartões. isso sem mencionar a convalidação de incentivos fiscais em outros estados, lei aprovada no ano passado, inclusive com apoio da bancada amazonense no Congresso Nacional.

Questionada pela reportagem, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) informou que ainda não foi comunicada sobre a desativação da Siemens. "Quando uma empresa anuncia o encerramento de suas atividades na Zona Franca de Manaus é feito um comunicado à Suframa, o que até o momento não foi detectado. Neste sentido, é preciso aguardar para que possamos nos posicionar sobre este eventual fechamento da empresa", manifestou-se a autarquia por meio de nota.

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