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Dólar em alta põe indústrias em alerta

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15/06/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

A variação cambial do dólar tem preocupado empresas de tecnologia do PIM (Polo Industrial de Manaus), que importam matéria prima e componentes. Segundo especialistas, a alta cotação da moeda americana pode encarecer os preços dos insumos utilizados na fabricação dos produtos, influenciando no preço final de sua venda. Para representantes do setor, se o preço continuar em alta, as fábricas poderão parar suas linhas de produção aumentando o risco de demissões da mão-de-obra.

De acordo com a última atualização da bolsa, o dólar chegou a saltar 2,17% cotado a R$ 3,79. Para o vice-presidente da FIEAM (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, se a cotação da moeda americana continuar em ritmo de crescimento, isso prejudicará a concorrência dos produtos nacionais no mercado internacional.

“A importação de matérias primas das empresas do PIM são muito significativas, se o dólar continuar crescendo, vai ter influência direta na concorrência dos produtos nacionais com os importados no mercado. Além do mais, o risco de demissões tornam-se reais. Infelizmente essa é a roda da economia. Isso também é uma preocupação do comércio que pode deixar de vender”,disse.

Segundo o economista Ailson Rezende, pelo fato de os insumos e componentes de tecnologia de ponta não terem fabricação direta no estado, muitos passam a ser importados, e com o preço elevado do dólar comercial, o valor da matéria prima encarece impactando diretamente no valor produto na hora do repasse para o mercado.

“Se eu compro mais caro vou vender mais caro. Não tem como concorrer com o mercado chinês, por exemplo. Todas as empresas da área de tecnologia estão preocupadas. Para quem importa produtos, a questão do valor fica muito preocupante. O preço sobe e acaba perdendo mercado doméstico que recebe produtos importados”, explica.

Essa variação segundo Rezende, pode ter um impacto negativo, principalmente nas linhas de produções com a possibilidade de dispensa de mão de obra, devido a um estoque com grande números de produtos parados, impedindo a produção. “Com os estoques parados, a empresa não consegue vender o estoque, quando isso acontece é preciso parar a linha e consequentemente demitir o operador e montador da linha, porque não estão precisando de mão de obra. Se as empresas não vendem não tem porque produzir mais”, explicou.

Setor de bicicleta

As indústrias de bicicletas instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) também importam matérias primas, em abril as empresas fecharam com 61.370 unidades produzidas, o que representa alta de 24,5% sobre o mesmo mês do ano passado (49.275). A relevância do Brasil dentro do mercado internacional tem levado o setor a apresentar esses bons números, mas, a alta da moeda americana também deixou representantes do setor com o alarme de alerta.

Para o presidente da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), João Ludgero, o momento é de cautela e observação do comportamento do dólar no mercado.

“Estamos observando com cautela o movimento do dólar, mas até maio os resultados da produção confirmaram o crescimento previsto no início do ano”, disse.

Medida do Banco Central

Com o intuito de interferir na cotação do dólar, o BC (Banco Central) prometeu investir cerca de US$ 20 bilhões em contratos de swap cambial. Até ontem, foram vendidos US$ 17 bilhões em contratos. O Banco tem até hoje para chegar no valor estipulado. Essa estratégia fez a moeda americana cair de R$ 3,90 para R$ 3,70.

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