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Alta de 0,8% da indústria em abril foi um suspiro isolado no semestre, diz economista

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06/06/2018

Notícia publicada pelo site O Globo

Pela primeira vez no ano, a indústria deu um suspiro, em abril, ao crescer 0,8% em relação ao mês anterior, depois de dois resultados negativos (-2,1% e -0,1%) e uma estabilidade (0,1%). A má notícia, segundo o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), é que esse resultado deve ser um ponto fora na curva ao menos neste semestre. Em maio, a greve dos caminhoneiros deve minar o resultado do setor e com o período eleitoral se aproximando, e cada vez mais incerto, a confiança de consumidores e empresas fica abalada, freando investimentos e o consumo.

- É importante ter um primeiro semestre mais robusto num ano eleitoral porque você consegue ter maior sustentabilidade e esse resultado funciona como uma blindagem para passar pelos raios e trovoadas do segundo semestre. Mas, até o momento, exceto o mês de abril, o restante veio xoxo - diz Cagnin.

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Em abril, o resultado positivo da indústria foi puxado para cima pelo desempenho de derivados de petróleo, que cresceu 5% e pela indústria de automóveis (alta de 4,7%). Em maio, além do efeito greve dos caminhoneiros, também deve respingar sobre o resultado da indústria, que em abril foi puxada para cima em todas as comparações pela fabricação de automóveis, a crise econômica argentina, principal mercado comprador do Brasil.

- O cenário macro argentino e a nossa greve, de uma semana, uma semana e meia, vão impactar no resultado de maio. Os três dias úteis a mais, em abril desse ano, em relação a abril do ano passado, já fizeram a indústria crescer 8,9% nessa comparação, imagina a diferença que vai fazer, para baixo, com ainda menos dias úteis em maio. A tendência é que o resultado marginal volte a ficar negativo - prevê Cagnin.

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André Macedo, gerente de Indústria do IBGE, disse que todo e qualquer fator que atrapalhe a produção pode impactar os resultados do setor, e a greve pegou o último terço do mês de maio e pode ter avançado em junho:

- Se o reflexo será maior ou menor não sei dizer ainda. Segmentos produtores de bens finais podem ter sido mais atingidos porque não teve abastecimento de matéria prima para finalizar a produção, sabemos de plantas industriais que deixaram de funcionar porque não tinha alimentação nos refeitórios para os funcionários. Temos de esperar os dados de maio para mensurar a magnitude disse e o quanto foi difundido.

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SETOR ESTÁ MAIS LONGE DO PICO DE PRODUÇÃO

A análise do economista do IEDI é corroborada pela avaliação da coordenadora da Sondagem da Indústria do Ibre/FGV, Tabi Thuler Santos. Ela observa que a alta de 8,9% registrada na comparação interanual, além do efeito calendário, foi beneficiada pela base baixa de comparação. Tendo em vista que, em abril de 2017, o resultado foi de queda, de 4,3%.

Quando se analisa o percentual de produtos pesquisados com taxas positivas, houve recorde positivo para a indústria geral, com 67,3% dos 805 produtos verificados no campo positivo. A série histórica iniciou em 2013. Apesar dos resultados positivos, o setor se distanciou mais, em 2018, de seu pico de produção. Desde que a crise começou, foi em dezembro do ano passado que a indústria esteve menos distante de seu patamar mais elevado, alcançado em maio de 2011, dentro da série histórica iniciada em 2002. Em dezembro, essa distância era de 13%. Em 2018 ela voltou a crescer e, em, abril, ela já aumentou para perto de 15%.

O Boletim Focus do Banco Central está há três semanas com a previsão estável para o resultado geral da indústria em 2018, em 3,8% de crescimento.

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- O devagar e sempre fortalece a confiança. Se a retomada é lenta e descontínua, quer dizer, passa por processos de melhoria e de piora, com baldes de água fria de tempos em tempos, cai a confiança e o ritmo - avalia o economista.

Tabi explica, ainda, que apesar de à primeira vista o dólar valorizado trazer perspectiva de aumento de exportações, ele desencoraja importações, principalmente de insumos importantes para o setor:

- O efeito líquido dessa balança não é fácil de ser medido.

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