04/06/2018
Notícia publicada pelo site D24AM
Empresários do setor de concentrados de refrigerantes da Zona
Franca de Manaus (ZFM) estão tentando barrar a medida provisória do
governo federal, de redução de imposto, que derruba de 20% para 4% a
alíquota do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e inviabiliza a
manutenção dos investimentos do setor. A bancada do Senado e o
governo do Estado também conversaram com o presidente Michel Temer
para garantir que não haja perdas para o Polo Industrial de Manaus (PIM).
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção Amazonas,
repudiou o decreto e armou
que vai propor um ajuizamento de uma Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ao Conselho Federal da OAB.
Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Amazonas
(Fieam), Antonio Silva, o decreto foi uma forma de compensar a greve dos
caminhoneiros, passando a conta da desoneração do tributo no óleo diesel
para os concentrados. “A medida inviabiliza todas a empresas instaladas
no PIM, não só a Coca-cola e a Ambev, mas todo o pólo de concentrados, e
ameaça a demissão de 9 mil empregos diretos”, disse. Segundo Silva, a
Confederação Nacional da Indústria (CNI), juntamente com o governo do
Estado, está trabalhando para conseguir êxito. “Mas, como é um problema
de Estado, o governo deve defender o modelo econômico e, junto com a
bancada no senado, barrar isso”, armou.
Na manhã desta sexta-feira, os presidentes das companhias de
concentrados conversaram com o presidente Temer e o secretário da
Receita Federal, Jorge Rachid, para expor a questão.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e de
Bebidas Não Alcoólicas (ABIR) que possui 59 associadas – pequenas,
médias e grandes empresas fabricantes – armou
em nota que a medida
profundamente o setor – independentemente de estar a indústria
instalada na ZFM ou não. “Nos últimos 30 anos, o setor se converteu em
um dos maiores exportadores da ZFM. Nesse período, a indústria brasileira
de refrigerantes e de bebidas não alcoólicas tornou-se responsável por um
recolhimento de R$ 10 bilhões em impostos federais, estaduais e
municipais, e emprega direta e indiretamente mais de 1,6 milhão de
brasileiros. Na Zona Franca, investiu não só nos processos produtivos, mas
também em toda uma cadeia econômica sustentável na Amazônia e
mesmo em programas sociais e culturais da Região Norte”, disse.
Em nota, a OAB Amazonas, por meio da Comissão da Zona Franca de
Manaus, disse que tomará as providências para que o assunto seja
debatido internamente e submetido com urgência ao Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), com a proposta de ajuizamento
de Ação Direta de Inconstitucionalidade.
O xarope para elaboração de bebidas não-alcoólicas foi o segundo produto
mais exportado pelo Polo Industrial de Manaus, de janeiro a abril deste
ano, correspondendo a US$ 55,78 milhões (R$ 206,4 milhões), 22% do total
exportado pelo Estado, que, no mesmo período, somou US$ 254,41
milhões (R$ 941,3 milhões).