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Indústria e comércio ameaçados

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29/05/2018

Notícia publicada pelo jornal Em Tempo

Nono dia de paralisação dos caminhoneiros no Brasil, o comércio e a indústria do Amazonas temem o desabastecimento das prateleiras e a paralisação de linhas de produção, respectivamente, nos próximos dias. Os representantes dos setores que apoiam o movimento, mas destacam que a falta de trafegabilidade das cargas já resultou em pouca oferta de hortifruti no comércio local que vem de outros Estados, bem como a saída da produção nas fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) para o grande mercado do Sudeste.

Apesar de a negociação da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) ter resultado em um acordo assinado com o governo federal de redução do preço do diesel em R$ 0,46 até dezembro deste ano, parte dos caminhoneiros autônomos não reconhecem a entidade como representante da categoria e intensificam as manifestações em Manaus, nesta segunda-feira (28).

O comércio de Manaus depende quase 100% das estradas para ter mercadoria nas prateleiras. Por enquanto o varejo está com estoque suficiente para operar por mais de uma semana. Mas o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus) disse que a partir da próxima quinta-feira, caso os caminhoneiros não voltem à atividade, o setor começará a sentir o desabastecimento.

O empresário observou que o Amazonas sente os problemas do Sul e Sudeste do Brasil, com um atraso médio de dez dias, o que chama de efeito retardatário. “Nesse momento não tem nada faltando de tão sério para a gente sobreviver. Prejudicado de fato está o segmento de hortifruti, que são frutas, verduras, iogurtes, por exemplo, que têm uma durabilidade mínima de 72 horas, e não temos estoque sobrando disso. Mas, os demais produtos, todos temos estoque suficiente”, detalhou Assayag.

Segundo ele, a situação dos caminhoneiros é mais prejudicial por conta da falta de mercadorias que não estão chegando e não podem transportar aqui dentro do Estado. “Hoje o Amazonas tem até 30% a mais de caminhoneiros do que deveria ter, porque as vendas caíram e não tem carga para poder trabalhar”, reforçou o presidente da CDL-Manaus.

Indústria

As fábricas do distrito, por outro lado, podem estar em situação mais tranquila em relação ao comércio, por enquanto. No entanto, não estão livres de desabastecimento também, se a greve for mantida por um longo período, segundo confirmou o presidente do Centro da Indústria do Amazonas(Cieam), Wilson Périco. Ele disse que o maior perigo é a paralisação das linhas de produção.

“A falta de insumos varia, porque o nível de estoque depende de fábrica para fábrica. Até agora não temos nenhuma confirmação, mas já devem existir linhas de produção paradas. O risco maior é parar a linha de produção, o que ameaça os empregos, e quanto mais os dias passam, aumenta o perigo”, revelou Périco.

O presidente do Cieam informou também que, por enquanto, parte da mercadoria pronta já está impedida de sair por conta da paralisação dos caminhoneiros, mas ainda é possível que atividade volte ao normal, caso as rodovias sejam liberadas brevemente.

“São dois sentimentos agora. Um da indústria, que pode sair prejudicada, mas outro é de indignação desse governo que vemos aí. Toda a população já está de saco cheio de ser tão castigada com impostos e não ter o repasse de serviços públicos de qualidade”, desabafou Périco.

Prejuízos nas vendas

As cargas que serão comercializadas no Amazonas, em grande parte, estão no meio do caminho, paradas em algumas rodovias que saem de Belém, Boa Vista, Porto Velho e do Sul do Brasil. Além de outras embarcações que já saíram do porto de Santos, que demoram mais de semanas para chegar ao Amazonas.

Até o momento, o impacto maior da greve dos caminhoneiros está nas vendas. No sábado, por conta do baixo movimento no Centro e da insegurança das pessoas saírem de casa, o setor registrou uma queda de 25%. “Nesse último domingo também houve esvaziamento maior que o normal em restaurantes e lanchonetes na capital”, disse Ralf Assayag.

De acordo com ele, aproximadamente 90% dos produtos comercializados pelo varejo local vêm de outras regiões do Brasil. Os outros 10% do que é produzido pelo Polo Industrial de Manaus são absorvidos pelos próprios mercados local e regional.

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