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Greve influencia receita de siderúrgicas e 93% da indústria de máquina

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29/05/2018

Notícia publicada pelo site Valor Econômico

A impossibilidade de entregar aço já contratado pelos clientes pode atrasar o faturamento de receitas pelas siderúrgicas, especialmente fabricantes de aços planos, mas por enquanto não se observa cancelamentos, dizem fontes consultadas pelo Valor. Há um perigo, acrescentam, de haver paradas na produção, o que deterioraria ainda mais os resultados.

Para uma das grandes usinas de aços planos -- tipo de produto consumido pelos setores automotivo, de máquinas e equipamentos e linha branca, por exemplo --, não foi possível faturar nenhum lote desde segunda-feira, quando a greve de caminhoneiros começou. As exportações foram mantidas e a produção também, mas haverá um problema logístico de entrega mesmo quando não existir mais nenhum bloqueio.

Uma grande metalúrgica conta, também em condição de anonimato, que em momentos durante esses últimos oito dias as estradas foram travadas, impossibilitando a entrega de produtos, mas até mesmo vendas mais próximas foram prejudicadas pela falta de combustível. Se a principal matéria-prima da empresa, o cobre, não teve o fornecimento interrompido, houve problemas com outros insumos, como o cal.

"Se fala muito, a cada momento é um acordo, mas na prática as coisas não acontecem", comenta uma fonte da metalúrgica. "A impressão que temos, conversando com gente próxima aos caminhoneiros, é que a greve deve acabar de fato na quarta-feira. O receio é que se demore demais para normalizar a situação", acrescenta. A receita trimestral, diz, já está comprometida.

Para um analista que acompanha o setor siderúrgico, o impacto da parada de caminhoneiros no resultado do segundo trimestre "será bem ruim". "A preocupação é grande porque, se faltarem alguns produtos químicos, as empresas teriam, inclusive, que parar alto-fornos, e a volta demoraria quase um mês."

Procuradas, as empresas não quiseram comentar os efeitos da paralisação. Juntas, as três já perderam R$ 8,5 bilhões em valor de mercado desde segunda-feira, quando a greve começou.

Na distribuição, mais metade das empresas associadas ao Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) já não fatura mais com as vendas, no oitavo dia de greve de caminhoneiros. Além das estradas travadas, a falta de combustível também impede as empresas de entregar produtos a seus clientes.

Nos primeiros dias da paralisação, o faturamento diário caiu de 40% a 60%, um volume que foi se agravando até que, na última quinta-feira, uma pesquisa do instituto com as filiadas mostrou recuo de 70% a 90%.

O resultado da parada dos caminhoneiros no segmento de distribuição é um dos grandes fatores de piora da confiança do mercado sobre as siderúrgicas. Da venda de aços planos no país, cerca de 35% são destinados às distribuidoras -- parte subsidiárias das próprias usinas, mas também às associadas do Inda.

Máquinas

No segmento de máquinas, também já é grande o impacto da greve dos caminhoneiros. O impacto chega a 92,7% das integrantes da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), informou a entidade, que coletou os dados em uma pesquisa realizada nos últimos dias.

Entre os problemas relatados pelas companhias do setor de bens de capital mecânicos, estão a falta de matérias-primas, componentes, combustíveis e lubrificantes. Em alguns casos, é observada paralisação parcial da produção, falta de comida para refeições dos funcionários e dificuldades no embarque para exportação.

Algumas empresas responderam que já começam a pensar em férias coletivas ou antecipar o feriado de Corpus Christi, do dia 31. Se a greve se estender por mais dias, as associadas responderam que podem trabalhar em regime de urgência e "home office", reduzir a semana, adiar projetos ou até dispensar funcionários.

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