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24/05/2018

Por José Seráfico

Digo-o, repetindo-me sem o menor pudor: governos jamais erram. Apenas escolhem os beneficiários de suas decisões. Nestas repousa, em geral, a desigualdade que marca a sociedade

contemporânea. Em uns países, mais que em outros. Medida paliativas costumam gerar, mesmo quando o remédio é aplicado em doente terminal. Sempre haverá a esperança, esse sentimento sem o qual de nada valeria a vida humana. A espera de que um dia o homem aprenda e, mais que

isso, encontre um sentido para a vida ­ a sua e a dos que ele diz (apenas diz) semelhantes.

Por isso, saúdo a transformação do Centro de Biotecnologia da Amazônia - CBA em organização social.

Em que pese antiga divergência a respeito desse modelo de gestão, é melhor isso que deixar o importante centro de pesquisa tecnológica na constrangedora situação a que a levaram.

Quem teve presença prolongada no processo de criação e implantação do CBA reterá na memória as lições aprendidas, desde que o geólogo José Seixas Lourenço propôs a tarefa de dotar a região de um instrumento capaz de passar da potência à ação. Qualquer coisa que se diga sobre as potencialidades com que a natureza dotou a Amazônia soará repetitiva. Também não têm faltado promessas demagógicas, para não dizer hipócritas, a respeito do aproveitamento das riquezas naturais.

(Demagogia e hipocrisia não são apenas, e respectivamente, espécie e gênero?) Relembrar o passado impossível alterar, pode servir para levar a bom termo qualquer boa intenção. E assim reduzir a população do mundo infernal.

Substituir as lamúrias e imprecações pelo aprendizado é o exclusivo caminho a percorrer. As primeiras discussões em torno do CBA foram marcadas por certas ameaças, uma das quais a de fazer do órgão, ao invés de respeitado Instituto de pesquisa, um entreposto de amostras e materiais colhidos na maior floresta tropical do Planeta. Fora da região estariam os laboratórios, cujos cientistas se encarregariam de produzir o conhecimento necessário.

Em síntese: colônia fôramos, colônia continuaríamos sendo. Muitos sabem da ação do exreitor da UFPA e Diretor do INPA, para eliminar aquela primeira ameaça.

Isso não bastou para pôr fim à porfia de três ministérios, como se não pertencessem a um mesmo Estado nacional e não devessem operar em favor de todo o País. Graças, porém, à ação efetiva e responsável de dirigentes da SUFRAMA, o CBA pode enveredar pelas trilhas que haviam inspirado sua criação.

Nas gestões de Ozias Monteiro Rodrigues, Flávia Skrobot Grosso e Tomás Nogueira, o Centro logrou implantar 19 dos 26 laboratórios projetados, além de qualificar profissionais capazes de colaborar no cumprimento dos seus louváveis objetivos. Isso tudo, com a participação ativa e dedicada de alguns dos melhores cientistas de fora, em suas respectivas áreas do conhecimento. Não faltou, também, a competência técnica de profissionais locais, em especial nas tarefas gerenciais.

Resta retomar a trajetória prevista há mais de duas décadas, concluir a instalação dos laboratórios e construir uma cerca de jurubeba que afaste do CBA, em definitivo, os propósitos deletérios que atrasaram por vinte anos a sua caminhada. Importa pouco que não tenha sido adotada a

solução que, no meu entendimento, atenderia com mais propriedade os interesses da Amazônia.

A absorção do CBA, pela Universidade do Estado do Amazonas ou pela Universidade Federal parece-me a alternativa mais adequada.

Fica a sugestão.

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