24/05/2018
Notícia publicada pelo jornal Acritica
A paralisação dos caminhoneiros em mais de 20 estados que chegou no quarto dia e está
provocando uma série de consequências na economia, como desabastecimento de combustível, a prateleira dos supermercados, as feiras e até as entregas dos Correios.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos suspendeu temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje).
Em comunicado, os Correios informaram que a paralisação também tem gerado "forte impacto" e atrasos nas operações da empresa em todo o País. "Tendo em vista comprometer a distribuição, também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços
Sedex e PAC [entrega não expressa], bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve", diz o texto.
No mesmo documento, os Correios informam que "toda a logística brasileira" sofre prejuízos em decorrência da paralisação dos caminhoneiros, iniciada segunda-feira (21).
A operação dos Correios envolve mais de 25 mil veículos, 1.500 linhas terrestres e 11 linhas aéreas de norte a sul do país. A empresa entrega mensalmente cerca de meio bilhão de objetos postais, entre eles 25 milhões de encomendas. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) divulgou nota afirmando que já identifica falta de produtos em alguns estados.
"Mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população brasileira, identificamos que alguns estados já começaram a sofrer com o desabastecimento de alimentos, e que isso poderá se estender para todo o Brasil nos próximos dias, se algo não for feito", diz a Abras. No comunicado, o setor diz que procura "sensibilizar o governo federal para que uma solução seja tomada imediatamente".
Outra entidade que também alerta para possíveis prejuízos é a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que alerta para o risco de paralisação da produção de veículos.
Compensação do governo Após reunião com representantes dos caminhoneiros, o governo informou que estuda a possibilidade de zerar ou reduzir o imposto PIS/Cofins do óleo diesel, mas ressaltou que não abrirá mão da receita correspondente.
Para eliminar o imposto, deve haver uma compensação de receita. "No PIS/Cofins, se formos tirar, temos que indicar a compensação. Mas isso também tem que passar pelo Legislativo", disse o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O governo havia confirmado que vai zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) mediante aprovação, no Congresso, da reoneração da folha de pagamento.