23/05/2018
Notícia divulgada pelo site D24AM
As altas consecutivas no preço dos combustíveis impactam
diretamente no bolso do consumidor de Manaus, não só na hora de
abastecer o veículo, mas também no valor final
dos produtos do comércio.
Com o aumento do diesel em 15,9%, em um ano, o frete já foi reajustado
em 13% e deve ser corrigido novamente nos próximos dias, segundo os
operadores logísticos.
O aumento do diesel é resultado da nova política de preços da Petrobras,
desde julho de 2017, que repassa para os combustíveis a imediata variação
da cotação do petróleo no mercado internacional.
Como o combustível responde por 1/3 do custo do transporte, as altas
impactam diretamente no setor de logística, de acordo com o presidente
da Federação das Empresas de Logística, Transporte e Agenciamento de
Cargas da Amazônia (Fetramaz), Irani Bertolini. “Se o diesel aumentar 10%
temos que aumentar 3,33%, é um peso muito forte em cima do transporte
e repassar para o cliente é desgastante, mas temos que repassar”, disse.
Segundo Bertolini, antes da nova política da Petrobras, os aumentos
aconteciam a cada dois meses, mas atualmente a variação é diária, tanto
para cima quanto para baixo. “Não dá para chegar na frente do cliente
todo dia com um preço diferente, então a gente espera acumular até 4%
de alta para repassar”, arma.
O setor reajustava anualmente o frete. Desde o ano passado, os reajustes
passaram a acontecer no início e no meio do ano. Em 2018, além dos dois
reajustes anuais, o setor também vai corrigir quando houver acumulo de
4%. “Vamos repassar porque nossa margem de lucro não dá 4%. Esse ano
já reajustamos por volta de 13% e já estamos precisando aumentar por
causa dos últimos dias”, disse Bertolini.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula em 12 meses, até
abril, 2,76%. Na composição da inflação oficial,
o item transporte
representa 20,54%.
O diesel prevalece na maior parte do modal utilizado em Manaus que é o
rodofluvial.
“Nossa região é carente de logística, por isso o valor do frete
impacta muito no valor dos produtos”, arma
o presidente da Associação
Comercial do Amazonas (ACA), Ataliba David Antonio Filho. Ele destacou que o aumento do combustível pode acarretar no desaquecimento das
compras em um momento que o mercado parecia estar evoluindo. “Vai
influenciar
nas próprias compras de itens como vestuários, calçados e
outros manufaturados, assim como de gêneros alimentícios”, disse
ressaltando ainda que a greve dos caminhoneiros, que acontece em várias
regiões do País, também acarretará no atraso de mercadorias, o que
também gera aumento de preços.
Fatores externos e internos
Desde julho do ano passado, a Petrobras adotou uma nova política de preços que atrela ao valor do barril de petróleo o preço dos combustíveis e dois fatores influenciaram os aumentos consecutivos, explica o vice-presidente da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio), Aderson Frota. “A alta no preço do barril do petróleo e a recuperação da economia americana ocasionaram a escalada de preços e isso tem revoltado a população, porque vai mexer com a inação e os preços das mercadorias punindo os consumidores que não tem muito a ver com os fatores”, analisa.