08/05/2018
Notícia publicada pela Revista Istoé
Os Estados Unidos reduziram seu déficit comercial em março pela primeira vez em sete anos, com exportações que alcançaram níveis recorde, informou nesta quinta-feira (3) o Departamento de Comércio.
A queda do déficit mensal poderia ser atribuída a um crescimento econômico maior que o esperado no primeiro trimestre e é anunciada em meio a enfrentamentos comerciais do presidente Donald Trump com União Europeia e China.
Exportações crescentes de petróleo – cujo preço melhorou – e de produtos agrícolas, assim como uma forte queda das importações, deixaram o déficit em 49 bilhões de dólares, 15,2% menos que em fevereiro e a maior redução em mais de dois anos.
Contudo, o déficit do primeiro trimestre é 18,5% maior que o do mesmo período do ano passado.
“Esses dados confirmam (…) que as exportações se recuperaram no fim do primeiro trimestre e que as importações tiveram forte queda, começando a reverter o impulso posterior aos furacões do ano passado, quando comerciantes tiveram que reconstruir seus estoques muito rapidamente”, disse o analista Ian Shepherdson, da Pantheon Macroeconomics, em nota.
As exportações de bens e serviços chegaram ao novo recorde de 208,5 bilhões de dólares graças ao crescimento das vendas de petróleo e outros combustíveis, assim como de aviões e soja – uma oleaginosa sobre a qual paira a ameaça chinesa de tributação em represália às tarifas de Washington a produtos da China.
Já nas importações, os Estados Unidos pagaram menos a empresas estrangeiras por licenças de propriedade intelectual e compraram menos televisores, semicondutores e computadores. Tudo isso gerou uma queda de 1,8% nas importações mensais, a 257,5 bilhões de dólares.
As importações de carros, por sua vez, alcançaram o recorde de 31,3 bilhões.
O déficit de bens com a China caiu 11,5% em relação a fevereiro, a 25,8 bilhões de dólares – sem considerar variações sazonais.