24/04/2018

Notícia publicada pelo jornal Acritica

A cientista Cláudia Blair e Matos, especialista no açaí amazônico Euterpe precatoria, está concorrendo ao prêmio L'Oréal Unesco em sua 13ª edição de 2018. Ele premia, anualmente, sete cientistas brasileiras nas áreas de ciências da vida, ciências físicas, ciências matemáticas e ciências químicas, com uma bolsa de R$ 50 mil com o objetivo delas continuarem realizando suas pesquisas no Brasil.

A seleção das candidatas vencedoras será realizada por um júri composto por 14 pesquisadores membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC), um representante da L'Oréal Brasil e um representante da Unesco no Brasil. Trata-se de um dos mais conceituados prêmios à mulheres cientistas no Brasil.

As inscrições vão até 4 de maio. Para participar é necessário ter concluído o doutorado a partir de 2011, ter residência estável no Brasil e desenvolver projetos de pesquisa em instituições nacionais (confira o regulamento completo: https://goo.gl/smQaLF). A cerimônia de premiação será realizada em outubro, no Rio de Janeiro (RJ), informa a organização do prêmio.

A cientista Cláudia Blair e Matos, 43, uma estrela da nova geração de cientistas da Amazônia, propõe pesquisar a degradação das propriedades químicas da polpa de Euterpe precatoria associada aos efeitos nutricionais, já que a polpa possui bioatividade antioxidante e anti-inflamatória superior a outros alimentos ricos empolifenóis (substâncias químicas da natureza,que atuam contra as doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, doenças neurodegenerativas,entre outras).

Seu foco é o açaí do Amazonas, considerada uma das mais importantes super frutas medicinais do mundo, pela sua capacidade de agir sobre as células combatendo os radicais livres, que provocam várias doenças dentre elas Parkinson, Alzheimer e os acidentes vasculares cerebrais, além de problemas cardíacos.

Cláudia é PhD em Biodiversidade e Biotecnologia pela Universidade Estadual do Amazonas(UEA) e University of Tennesse (UTK). Possui especialização ambiental pela Universidade de São Paulo (USP); mestrado em Ciências de Florestas Tropicais, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); e graduação em Engenharia Florestal, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Economia sustentável

Claúdia é servidora do Inpa há 20 anos, onde, atualmente, desenvolve atividades ligadas à extração sustentável de óleos vegetais, produção de insumos para a indústria de cosméticos e negócios da biodiversidade amazônica, com ênfase na Bioeconomia para os mercados orgânicos.

Açaí do Amazonas é mais rico que o do Pará

Em sua tese de doutoramento “Projeção de cenários para o mercado do açaí (Euterpe precatoria Martius), no Estado do Amazonas”, sob orientação dos doutores Paulo Sampaio (Inpa) Alexandre Rivas (Ufam) e Donald G. Hodges (UTK), trouxe à luz a importância do açaí genuinamente amazonense, que é 80% mais rico em teores de antioxidantes em relação ao açaí Euterpe oleraceae do Pará.