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"Day after" à decisão do STF tem Ibovespa em alta e dólar em queda

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06/04/2018

Notícia publicada pelo site Valor Econômico

O Ibovespa chega à segunda etapa do pregão desta quinta-feira (5) em alta consolidada depois da decisão de ontem (4) do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afastou os receios de um fortalecimento do petista nas eleições deste ano.

Em dia de exterior também muito positivo, o investidor volta em massa a se reposicionar no mercado hoje e leva o índice a subir 1,60%, aos 85.706 pontos, às 13h40. Chama a atenção o forte volume para o horário. O giro do Ibovespa já é de R$ 6,26 bilhões, contra R$ 9,49 bilhões de ontem. O volume projetado para o dia já estava na ordem dos R$ 14 bilhões. A projeção pode sofrer bastante alteração até o fim do dia, mas o movimento de alta da bolsa combinado com volume intenso já demonstra a entrada de investidor, local e principalmente estrangeiro.

Na máxima do dia, o Ibovespa já tocou o patamar dos 86 mil pontos (86.148 pontos). Todos os papéis mais líquidos, preferidos pelo investidor que deseja "comprar bolsa", sobem, com ênfase na Petrobras PN (+3,63%), enquanto a ON opera em alta de 4,01%.

Além da Petrobras, também têm alta Gerdau PN (+4,82%), enquanto a maior alta do dia fica por conta da Rumo (+6,19%).

O interesse em especial do investidor estrangeiro na bolsa brasileira também se reafirma no movimento dos principais recibos de ações (ADRs) no exterior. Em Nova York, onde as bolsas sobem com a reversão do sentimento de risco global, o ADR da ON da Petrobras avança 4,58%, a US$ 14,26, enquanto o ADR da PN sobe 5,27%, a US$ 12,79. A maioria dos recibos de ações de empresas brasileiras avança no mercado americano.

Segundo um gestor que não quis se identificar, com o risco de Lula ter o habeas corpus aceito, aqueles que estavam fora da bolsa preferiram não entrar, enquanto os que estavam com posições montadas preferiram reduzir suas carteiras. O movimento era uma tentativa de evitar o risco de o petista sair em condições de disputar uma eleição ou mesmo se fortalecer para pautar um candidato do PT. No entanto, como o STF negou o habeas corpus do ex-presidente, o investidor é estimulado agora a se realocar na bolsa.

"O receio no campo político com as eleições ainda é bem grande pela visibilidade ainda baixa que temos, mas o risco de descontinuidade da política econômica volta a se reduzir agora", afirma o gestor.

Câmbio

Após dias na lanterna do mercado global de moedas, o real tem um respiro nesta quinta-feira, com investidores repercutindo a decisão de ontem do STF sobre Lula.

A divisa doméstica tem hoje o melhor desempenho entre 33 pares do dólar. A performance chama ainda mais atenção por ocorrer num dia de alta generalizada da moeda dos Estados Unidos.

Às 13h52, o dólar caía 0,44%, para R$ 3,3256. A queda no mercado futuro é mais moderada: a taxa do contrato com vencimento em maio cedia 0,10%, a R$ 3,3320.

Na mínima do dia, a cotação chegou a cair 1,34% (queda mais intensa em um mês e meio), furando o suporte de R$ 3,30 ao tocar R$ 3,2956. Mas não se sustentou abaixo dessa linha.

A falta de ímpeto dos vendedores com o câmbio abaixo de R$ 3,30 sinaliza que a percepção de risco eleitoral hoje - independentemente da decisão de ontem do STF - está maior que nas últimas semanas, o que implica um patamar de equilíbrio mais alto para o dólar.

Numa janela de 30 dias, o real ainda cai 2,3%, quarta maior queda entre os principais rivais do dólar. E, para analistas, a decisão do STF impediu que o câmbio entrasse de forma imediata numa nova dinâmica negativa, mas não tem força para colocar o dólar em patamares sustentavelmente mais baixos.

O entendimento é que a manutenção da possibilidade de prisão de Lula alterou de forma limitada o cenário. O risco maior seria um resultado que impedisse a prisão do ex-presidente, o que fortaleceria um quadro em que o petista atuaria de forma mais intensa na campanha presidencial, ainda que apenas no papel de apoiador de um futuro outro candidato do PT.

"Mais fundamentalmente, quando a poeira baixar, investidores provavelmente vão se concentrar mais no fato de que os candidatos pró- mercado ainda patinam nas pesquisas", diz em nota Edward Glossop, economista para a América Latina da Capital Economics. Segundo ele, o resultado disso é que a perspectiva para a reforma fiscal parece "sombria".

No blog Casa das Caldeiras, a jornalista Angela Bittencourt relata especulações sobre insatisfação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com o tratamento dado à sua pré-candidatura à Presidência da República pelo MDB.

Juros

As taxas dos DIs de longo prazo registram, nesta quinta-feira, a maior queda desde o fim de janeiro. De acordo com profissionais de mercado, os juros futuros se ajustam, com alívio, à decisão do STF.

A aposta direciona a queda dos juros mais longos, que revertem toda a alta acumulada desde a última sexta-feira, quando o mercado estava apreensivo com o julgamento. Até ontem, os investidores aguardavam o resultado do STF - que só saiu de madrugada - com uma postura mais defensiva. Ouvia-se ao longo do dia que haviam crescido as apostas de que Lula seria beneficiado.

Hoje, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2023 caiu, na mínima do dia, a 8,960%, que representava baixa de 14 pontos antes o fechamento passado. Se mantida essa variação até o encerramento do dia, será a variação mais intensa desde 24 de janeiro quando cedeu 28 pontos. Vale destacar que foi justamente naquela data que o ex-presidente Lula foi condenado em segunda instância no TRF-4 por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A Capital Economics aponta, contudo, que a recuperação dos mercados locais deve ser limitada. Quando a poeira baixar, os mercados tendem a se concentrar no fato de que os candidatos ainda enfrentam uma disputa difícil na corrida presidencial. As perspectivas para reformas fiscais ainda parecem "desanimadoras". A menos que isso avance nos próximos anos, as taxas de juros também devem subir, pesando sobre os títulos em moeda local, conclui a consultoria.

Por volta das 13h, o DI janeiro de 2019 caía a 6,235% (6,25% no ajuste anterior); o DI janeiro de 2020 cedia a 7,020% (7,12% no ajuste anterior); o DI janeiro de 2021 recuava a 8,010% (8,12% no ajuste anterior); o DI janeiro de 2023 apontava 9,010% (9,15% no ajuste anterior); o DI janeiro de 2025 tinha queda a 9,510% (9,66% no ajuste anterior).

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