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22/02/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

O Amazonas está entre os Estados brasileiros que menos tem acesso à internet, aponta apuração da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), realizada no quarto trimestre de 2016. Segundo os indicadores divulgados ontem, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o alto valor e a falta dos serviços em algumas áreas estão entre os principais fatores citados pelos entrevistados para justificar a falta de acesso à rede mundial de computadores.

Na região Norte do país, o Estado do Amapá lidera com 79,9% das casas conectadas. Entre as Regiões Metropolitanas, Manaus possui 78,5% das casas com os serviços, atrás da cidade de Macapá com 86,6% e Belém 80,7%.

No Amazonas, de 1,4 milhão de residências pesquisadas, apenas 662 mil casas estão conectadas. Dos 386 mil domicílios que não usavam a rede mundial de computadores, 31.1% apontaram como justificativas os altos preços, 27,8% das casas não estavam nas áreas de cobertura e 24,9% não tinham interesse em aderir ao sistema.

Segundo o supervisor de disseminação de informações do IBGE, Adjalma Nogueira Jaques, o alto custo do investimento na região e a falta

de concorrência entre as empresas explicam os números.

"A economia gira em torno de concorrência, se não há concorrência, a empresa que domina o mercado impõe suas próprias políticas. Sem citar nome de empresas, hoje o que temos de cabeamento é um monopólio. Outro ponto a ser notado é o fato do investimento para estender os serviços a outros Estados serem caros. Até que ponto as empresas estão dispostas a Investir?", questiona.

Outro ponto destacado pelo supervisor, é o constante crescimento do mercado das operadoras de celulares. que disponibilizam cada vez mais os serviços de sinais de internet com um maior alcance. "A universalidade dos sinais das redes de celulares está cada vez mais comum. Cada vez mais as pessoas usam os sinais de celulares que não são bons, mas são mais abrangentes. Daí surge o questionamento das empresas que monopolizam a distribuição da internet no mercado: vale a pena investir?”, ressaltou.

Nogueira citou as dificuldades enfrentadas por muitos municipais do Estado que dependem dos serviços disponibilizados pela internet. A ausência dos serviços e o seu alto custo levam empresas e até órgãos públicos, a recorrerem a outras formas de se conectarem à rede mundial de computadores. Segundo ele, o Amazonas ainda está muito longe de ter a democratização da informação dentro sistema de computadores.

"No caso do Amazonas somos penalizados não só em Manaus mas nas cidades do interior que ainda são conectadas ao sistema 2G e têm suas atividades prejudicadas. As pessoas compram antenas exclusivas e fazem conexões com os provedores e empresas que vendem sinais. O desinteresse de 24,9% das pessoas é motivado por esses entraves. Isso desestimula o consumidor a aderir a um plano. Com essas barreiras vai demorar muito até termos o uso democrático da internet", disse.

Nogueira explicou, que existem muitas questões a serem analisadas e discutidas com o intuito democratizar os serviços na região Norte do país. Concorrência no mercado, preços e incentivos para atrair novos investidores estão entre as principais indagações. O especialista explica que ainda que houvessem soluções para os municípios do Estado, algumas áreas da zona rural ainda disporiam de serviços muito precários. "Até que ponto o Amazonas é um mercado atraente? As empresas estariam dispostas a investir? Mesmo se superarmos os problemas de acesso a internet nos municípios, ainda teríamos um grande desafio com as zonas rurais", explicou.

Para o professor mestre em comunicação, Gad Amorim, poucas empresas que fornecem internet comercial por meio de antena e satélites, vendem os serviços de forma irregular, por muitas das vezes não possui uma empresa formalizada.

E citou que em Manaus bairros próximos a barreira rodoviária da BR-174 e AM-010 e regiões ribeirinhas do Estado sofrem com problemas de sinal. "O Estado é penalizado pela falta de políticas públicas que estimulem o crescimento da estrutura necessária para esse up na rede, bem como, que cobrem investimentos por parte das empresas prestadoras desses serviços.

Muitas comunidades ribeirinhas do rio Negro e muitos municípios nas regiões rurais necessitam de novas políticas de acessibilidade da internet”, disse.

POR DENTRO

Saiba mais

Segundo dados da We Are Social, em janeiro de 2017, foi detectado que cerca de 7 bilhões de pessoas no mundo estão conectadas à internet de alguma forma. Destas, 3 bilhões são ativas nas redes sociais e projeções mostram que até 2021, que cerca de 5,5 bilhões de aparelhos móveis estarão espalhados pelo mundo. “O brasileiro é o 2o povo que passa mais tempo em redes sociais, mais de cinco horas. Claro que quando olhamos para nossa região, temos entraves que nos atrapalham de mais, um fator geográfico por exemplo é a própria floresta que compromete o sinal na Região Metropolitana e até mesmo em áreas isoladas da cidade, regiões próximas a barreira”, explicou Amorim.

Dados

No Amazonas, 568 mil casas utilizam os dados móveis do celular para acessar à internet, o telefone móvel celular era utilizado para este fim. Em seguida, substancialmente abaixo da metade dos domicílios em que havia acesso à internet, estava o microcomputador (34,3%). O tablet foi usado para esse fim em 13,2% dos domicílios em que havia acesso à internet, e a televisão, em 5,4%. A pesquisa apontou que o uso da internet cresceu bastante entre usuários de até 24 anos. 34,1% pertencem ao grupo etário de 10 a 13 anos. 34,1% estão entre 14 e 19 anos. E as pessoas entre 20 a 24 anos de idade, os percentuais ficaram 61,1% e 66,9%, respectivamente. Na faixa de 60 anos ou mais de idade, o indicador foi de 21,9%.

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