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Renda da ocupação industrial ganha força e cresce 5,5% no final de 2017

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07/02/2018

Notícia publicada pelo site Diário, Comércio, Indústria & Serviços


O rendimento médio real cresceu com mais força entre os trabalhadores da indústria no último trimestre do ano passado, ao expandir 5,5% contra igual período de 2016, para R$ 2.147, mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expansão refletiu os sinais mais consistentes da retomada da atividade industrial no final de 2017, além do maior nível de formalização e especialização da mão de obra do setor, diz o professor de economia da ESPM, Orlando Assunção Fernandes.

Esses fatores, somados ao cenário de inflação mais baixa, indicam que, neste ano, os ganhos reais dos ocupados na indústria também tenham destaque na comparação entre os setores, como tiveram no quarto trimestre.

Fernandes lembra que essas categorias costumam ter seus salários reajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o qual acumulou alta de 2,07% no ano passado, menor nível desde 1994. “Quando a inflação é baixa, é mais fácil para os trabalhadores negociarem com a empresa ganhos reais de salário”, afirma Fernandes.

O fato das categorias industriais serem mais organizadas politicamente, em sindicatos, por exemplo, também aumenta o poder de barganha dos trabalhadores nas negociações salariais.

“Além disso, a expectativa é que o ritmo da atividade industrial cresça de forma acelerada neste ano, tanto pelo lado das exportações, como pela via do reaquecimento da demanda interna”, complementa Fernandes.

Por outro lado, no acumulado de 2017, o rendimento médio real das pessoas ocupadas na indústria registraram um avanço menor do que o verificado no quarto trimestre. Em relação a 2016, a renda desses trabalhadores subiu 1,5%, para R$ 2.115.

Construção civil

A maior alta de rendimentos registrada em 2017 ocorreu no setor de transportes, armazenagem e correios, em 8,8%, para R$ 2.398, seguido da agropecuária, cuja renda dos trabalhadores obteve expansão de 7,8%, para R$ 1.235. “Este crescimento está em linha com a própria atividade do setor agrícola, impactada positivamente pela super safra de grãos”, observa Fernandes.

Já a renda dos empregados nos segmentos de alojamento e alimentação, que incluem restaurantes e hotéis, por exemplo, teve uma queda de 3,3% em 2017, para R$ 1.395, em relação a 2016, além de uma baixa ainda maior no quarto trimestre do ano passado, de 6%, para R$ 1.354.

A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Maria Andréa Parente, pontua que o elevado nível de informalidade, baixa qualificação e grande oferta de mão de obra explicam a retração dos rendimentos no setor.

“Nós viemos de uma recessão muito pesada. Ainda há muita gente na rua, uma oferta de mão de obra gigantesca. Por conta disso, para voltar ao mercado de trabalho, essas pessoas aceitam um salário menor do que recebiam no seu trabalho anterior”, diz Parente. “Está mais barato contratar trabalhador hoje”, acresce.

Segundo ela, soma-se a esse fator o maior grau de informalidade e a menor exigência de especialização do segmento, quando comparados, por exemplo, com a indústria. “A indústria exige um trabalhador com formação técnica mais especializada”, reforça ela.

Construção

A renda das pessoas ocupadas da construção civil também segue em baixa. No quarto trimestre de 2017, o rendimento médio real dessa ocupação caiu 2%, a R$ 1.693, em relação a igual trimestre de 2016. Já no ano fechado de 2017, a queda foi de 2,1%, para R$ 1.685.

“A atividade da construção civil está demorando para voltar por conta do baixo nível de investimento, tanto do setor privado como dos governos federal, estaduais e municipais”, ressalta a pesquisadora do Ipea, complementando que a remuneração dos trabalhadores da construção civil já é tradicionalmente baixa.

Já os ganhos dos empregados no comércio cresceram 0,6% no ano passado em relação a 2016, para R$ 1.738, enquanto na categoria de outros serviços o incremento real foi de 1,3%, para R$ 1.590 . Segundo Parente, a elevação nos rendimentos dos ocupados no comércio reflete o aumento nos ganhos com comissões, na esteira da retomada das vendas.

O maior patamar de rendimento está localizado nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e administrativas, de R$ 3.116, alta de 2,3% ante 2016. Já nas atividades de administração pública, educação e saúde, a renda alcançou patamar de R$ 3.079, avanço de 2,3% contra 2016.

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