06/02/2018
Notícia publicada pelo site Nexo Jornal
A indústria brasileira voltou a crescer em 2017 e interrompeu uma sequência de três anos consecutivos de retração. Entre janeiro e dezembro, a produção industrial foi
2,5% maior que em 2016, segundo dados divulgados pelo IBGE na quinta-feira (1). A última vez que a indústria havia tido um ano positivo foi em 2013.
O crescimento de 2,5% é o total do ano em relação a 2016, mas na comparação entre dezembro e janeiro de 2017 o crescimento é ainda maior. Na série que faz ajustes
sazonais, a produção industrial do último mês do ano foi 6,3% maior do que a de janeiro.
O resultado geral foi puxado pela produção da indústria de transformação, que engloba empresas de alimentos, têxteis, metalurgia, automóveis e eletrônicos, por
exemplo. Esses setores têm um peso maior no resultado final porque são responsáveis pela maior parte da produção do país. Por outro lado, a indústria de extração,
mais dependente da demanda e do preço das commodities no mercado internacional, teve um ano ruim.
A alta geral, que já vinha acontecendo durante o ano, foi consolidada nos dois últimos meses. Entre novembro e dezembro, 20 dos 24 subsetores analisados tiveram
alta.
O ANO MÊS A MÊS
Segundo o IBGE, a principal influência para o resultado positivo no ano foi a produção de automóveis. Na comparação com 2016, o setor cresceu 17,2%.
“Praticamente todos os setores tiveram crescimento, mas o setor automobilístico, principalmente a fabricação de
veículos pequenos, foi o que mais influenciou. Grande parte disso se deve à melhora no nível de estoques e ao
aumento das exportações ”.
André Macedo - gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE
A crise
A indústria teve um ano de crescimento acima da economia como um todo, mas o resultado é capaz de recuperar apenas uma pequena parte do que o setor perdeu
desde o início na crise. O setor entrou em retração antes mesmo de a economia como um todo entrar em recessão e foi o mais afetado pela recessão brasileira.
A produção industrial no Brasil atingiu seu pico em junho de 2013, mas começou a cair fortemente a partir do início de 2014, até atingir o fundo do poço na virada de
2015 para 2016.
PERDAS ACUMULADAS
“O ano de 2017 rompe um período de queda na indústria brasileira, mas ainda está longe de uma mudança ideal.”
André Macedo - gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE