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Indústria do Amazonas está cada vez mais enfraquecida, dizem especialistas

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22/01/2018

Notícia divulgada pelo portal Em Tempo

Uma das maiores economias do mundo, a brasileira, e uma das indústrias mais consolidadas do nosso país, a amazonense, estão em pleno processo de desindustrialização. Isso mesmo, brigam contra o enfraquecimento da indústria de transformação. O tema veio à tona ao ser citado pelo economista sul-coreano Há-Jong Chang no último dia 14, e foi apoiada por especialistas do setor no Amazonas.

Há-Jong Chang veio ao Brasil participar do Fórum de Desenvolvimento, ocorrido em Belo Horizonte (MG) semana passada. Na ocasião, ele chamou atenção ao declarar para o jornal espanhol El País que o “Brasil está experimentando uma das maiores desindustrializações da história”, um cenário que tem reflexo diretamente na indústria do Amazonas.

O especialista argumenta que uma das grandes causas desse mal, é a insistência da política econômica brasileira em austeridade (controle de gastos). “A receita de austeridade usada na Grécia é a mesma tentada na América Latina, na África e em alguns países da Ásia nas décadas de 1980 e 1990, e que criou desastrosos resultados econômicos. Investir em política de austeridade é contraproducente”, afirmou.

Chang diz que nos anos 80 e 90, no ponto mais alto da industrialização, esse setor no Brasil representou 35% da produção nacional. Atualmente não é nem 12%, e está caindo. “O Brasil está experimentando uma das maiores desindustrializações da história, em um período muito curto. Se você corta os gastos, seu endividamento pode ficar um pouco menor, mas a renda precisa crescer. É séria a redução da indústria de transformação no Brasil”, completou.

As duas principais entidades da indústria do Amazonas e um especialista apoiaram, com unanimidade, as declarações de Chang e foram além, dizendo que o mesmo acontece com o Polo Industrial de Manaus (PIM).

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, disse que a desindustrialização acontece pela grande facilidade de entrar produtos industrializados no Brasil. “Concordo com ele (Há-Jong Chang). Há muito tempo que sofremos desindustrialização pela abertura de mercado que escancarou demais deixando entrar a concorrência para produtos que já estavam sendo produzidos aqui dentro”, declarou.

De acordo com Azevedo, por conta da entrada maciça de produtos industrializados no Brasil, o que era produzido aqui dentro passou a enfrentar uma concorrência desleal, tendo em vista que as condições para produzir lá fora são infinitamente mais fáceis do que dentro do nosso país. “Temo que criar barreiras barreiras para dificultar entrada de produtos importados já produzidos aqui”, alertou.

Tem que haver maior controle de entrada, não apenas sobre Zona Franca de Manaus, mas em todo país. Com a desindustrialização aqui não se desenvolve tecnologia, não gera emprego, e não gera desenvolvimento, todo esse avanço vai para fora. Há muito tempo que sofremos desindustrialização”, finalizou Azevedo.

O economista Ailson Rezende, afirmou que o Brasil já passa por uma desindustrialização antecipada, em vista que os avanços no setor são tão pequenos que não dão para absolver e nem atender a demanda nacional por produtos. “O crescimento está sendo menor a cada ano. E a política econômica nacional está mais preocupada em administrar dívida, do que a desenvolver a indústria”, defende.

Rezende salienta que o Amazonas ainda possui um diferencial porque tem diversos segmentos industriais, como por exemplo, o Polo de Duas Rodas, setor Metal-Mecânico e setor Naval em ascenção. “Enquanto um está ruim, o outro equilibra, mas, geralmente, os setores juntos nunca têm uma boa performance ao mesmo tempo”, disse.

A má gestão da política econômica reflete em uma infraestrutura limitada, como detalha o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco. “Temos uma lógica deficiente, nossos portos não têm eficiência comparada aos portos do países que competimos. Não temos energia elétrica que permita segurança a um crescimento anual de 2%, não temos rodovias que permitam escoar a produção interna, e além disso a carga tributária é excessivamente alta”, ressaltou.

O empresário falou ainda, que nossa indústria não têm competitividade no exterior com produtos industrializados. “O Brasil é um celeiro de recursos naturais, é por isso que nossa balança comercial está galgada em produtos primários. Exportamos aço bruto e importamos chapa, exportamos a soja em grãos e importamos os derivados da soja. Nós temos que encontrar maneiras de reduzir o peso em cima da atividade industrial e fazer esses produtos mais competitivos”, finalizou.

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