11/01/2018
Notícia publicada pelo portal Em Tempo
Com a tímida, mas gradual retomada da economia no ano passado, 2018 é visto com otimismo pelos especialistas e representantes do setor. O superintendente regional do Banco da Amazônia, Nélio Gusmão, afirma que o novo ano começou com uma nova perspectiva acerca dos investimentos econômicos no estado.
De acordo com Nélio, o ano passado teve um crescimento tímido em relação a 2016. Foi percebida uma reação da economia, mas com um empresariado ainda resistente, observando se essa tendência ainda iria se manter. Tendo em vista as projeções de inflação e de retomada de crescimento, é esperado que os investimentos também sejam retomados.
Um das novidades deste ano é o novo cálculo da taxa de juros, que começou a vigorar no dia 1o de janeiro, que estão abaixo do Sistema de Liquidação e de Custódia (Selic) e, por isso, estão com o custo financeiro abaixo da inflação. “No ano passado, tivemos taxas que acabaram com toda mudança que aconteceu com o cenário econômico. Elas ficaram um pouco acima da média do mercado e agora o governo federal regulamentou a nova taxa, que é uma composição de vários índices, como a taxa de longo prazo (TLP), uma parte corrigida por inflação, que vai variar de acordo com o porte do cliente, ou seja, vai priorizar os menores segmentos, permitindo para eles uma taxa mais competitiva”, explicou.
O superintendente destacou o plano de aplicação de recursos anual, em que o banco, juntamente com o governo do estado, prevê investimentos de acordo com o plano de desenvolvimento do estado. Esse plano deve desenvolver a economia no interior do Amazonas.
“Conversamos com o governador e o secretário de produção rural e existe uma perspectiva maior de fortalecer o interior do estado. Por isso colocamos os recursos do banco, que para o setor primário está na ordem de R$ 44 milhões à disposição do estado; para que juntos possamos fortalecer o interior”, disse.
Nélio Gusmão apontou a grande disparidade quando se trata de segmentos econômicos. Ou Enquanto outros estados da Região Norte, como o Pará, Rondônia, e Roraima se destacam por sua diversidade econômica, o Amazonas se mostra dependente da Zona Franca de Manaus (ZFM). “É preciso equacionar essa disparidade. Entre as capitais da Região Norte, a que tem mais dificuldade de se reconstituir é o próprio Amazonas. Seja pelas dificuldades logísticas ou pela questão da preservação da floresta, isso acabou gerando uma dependência da ZFM e por isso demoramos mais para sair da crise”, afirmou.
Para isso, ele diz, o governo do estado e a Secretaria de Produção Rural (Sepror) querem ampliar a diversidade de segmentos, principalmente no setor primário, para criar outras alternativas de receita no interior do Estado.
Apesar da disparidade, Nélio afirma que apenas no ano passado o total de recursos disponíveis para o estado somavam mais de R$1 bilhão. “Isso demonstra a importância do estado do Amazonas e principalmente Manaus, que concentra cerca de 85% da demanda de recursos do estado”, finalizou.