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Ritmo constante aquecerá economia

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04/01/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Ao que tudo indica, a economia brasileira deverá se recuperar em 2018 em ritmo constante e maior que o feito durante o ano passado. A conclusão é de economistas sondados pelo Jornal do Commercio referente ao assunto com destaques para as atividades do comércio e indústria. Segundo os especialistas, a estimativa é resultado da melhora da atividade econômica e a desaceleração da inflação, além da redução da taxa de juros e retomada do mercado de trabalho.

O assessor de economia da Fecomércio AM (Federação do Comércio do Amazonas), José Fernando Pereira da Silva, demonstra grande otimismo em relação a recuperação econômica do país em 2018. “Independente de qualquer coisa, 2018 será um ano de recuperação e esperamos melhoras em todas as atividades e indicadores”, afirma.

Segundo ele, os resultados positivos começaram a ser obtidos a partir do segundo semestre do ano passado. Ele explica que tais fatores deram fôlego para a economia estabilizar. “Foram a desaceleração da inflação e a redução da taxa de juros, além da retomada do mercado de trabalho impulsionado pela reforma Trabalhista, que aumentaram a confiança do empresário e do consumidor brasileiro”, frisa o especialista.

José Fernando comenta que com o ciclo negativo interrompido, até as projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística) para o PIB (Produto Interno Bruto) cresceram de 0,5% para mais de 1,0% em 2017.

Quanto ao ano de 2018, o especialista acredita em uma retomada econômica mais contínua e pontual do país e do Amazonas. “Para este ano já temos desenhado um horizonte de inflação baixa, melhora gradual do desemprego e juros menores que devem continuar a impulsionar os gastos dos consumidores. Isso tudo manterá um crescimento constante e melhor que o ano anterior”, projeta o economista.

Ainda de acordo com José Fernando, com o advento da reforma Tributária e da Previdência, anunciadas pelo governo federal durante o ano passado, devem atrair principalmente investidores internacionais para o Brasil neste ano. “Com isso o país passa a ser acreditado como ambiente favorável para grandes investimentos e as agências de risco a estabelecer na economia brasileira dados de reativação”, completa.

Varejo

Sobre o comércio amazonense, que vinha sofrendo duras perdas com a crise terminou o ano passado com melhor desempenho, diz José Fernando. Em 2017 a estimativa de alta chega a 6% na reativação do comércio e o esperado para o setor, em 2018 não será diferente.

“As festas de fim de ano foram o motivo do bom resultado, o que só veio reforçar os sinais de melhora do comércio varejista no segundo semestre do ano, já indicados em datas comemorativas como Dia das Crianças, Black Friday que deu certo no calendário amazonense e o próprio Natal, ambos acima das expectativas”, analisa o especialista.

De acordo com ele, até o pagamento das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) no primeiro semestre contribuiu para a melhora da atividade ao longo do ano anterior.
“No caso do FGTS, foi uma ajuda pontual que injetou recursos na economia em um momento importante, onde 30% da população amazonense estava na inadimplência. Isso permitiu que a maioria sacasse para quitar suas dívidas e com crédito livre, pudessem efetuar novas compras e impulsionar as vendas do comércio”, finaliza o assessor de economia da Fecomércio-AM.

Cautela

O economista, Francisco de Assis Mourão Júnior, pede cautela na hora de prevê o novo ano e reforça que a leve recuperação em 2017 teve base na reação da atividade econômica, desaceleração da inflação, taxa de juros e Selic, bem como a liberação do FGTS, 13° salário e PIS/Pasep que estimularam o consumo.
“Tivemos também a valorização do real que incentivou a alta nas exportações e a inflação controlada entre 3% a 4%, além da estabilização do presidente Temer no governo demonstram que vamos começar 2018 com o pé direito e com tendência de recuperação”, disse Mourão Júnior, ao destacar que o resultado ainda está longe dos de antes da crise. Ele cita ainda a prévia positiva de 2,0% do PIB nacional.

O especialista se preocupa com a questão das eleições previstas para este ano, que segundo ele, devem influenciar no cenário econômico. “A mudança do governo causa uma certa instabilidade e consequentemente problemas econômicos. Um exemplo, são os investidores que aguardam o resultado e a estabilização política”, afirma Mourão Júnior.

Para ele, os maiores desafios começaram a ser vencidos no ano passado e comenta que outros empasses devem ganhar destaque ao longo de 2018. “Tem a urgência da reforma da Previdência que vem causando um deficit nas contas do governo, uma vez que, a expectativa de vida do brasileiro está aumentando. É um remédio amargo mas necessário”, argumenta o especialista.

Indústria

Mourão Júnior lembra que o Amazonas concentra a arrecadação do Estado na capital, impulsionada pelo PIM (Polo Industrial de Manaus). Nele são produzidos produtos de bens de consumo duráveis e o polo de duas rodas. “Por isso, quando a economia é afetada pela crise o pátio industrial é o primeiro a sentir esse processo”, frisa.

No entanto, com os indícios de reativação o economista orienta a retomada do direito exclusivo da ZFM (Zona Franca de Manaus) em conceder benefícios fiscais. “Temos que abrir os olhos em relação a essa liberação da lei em que o governo permite que outros Estados brasileiros também tenham tais incentivos. Isso afetará diretamente a ZFM. Já a reforma Tributária vai retirar impostos que são fundamentais para atrair empresas para o modelo que completou 50 anos em 2017”, comenta.

Ainda segundo ele, para tirar a região da dependência das indústrias é preciso investir em outras alternativas econômicas. “Antes de tudo é necessário analisar esses novos modelos e fazer um planejamento a longo prazo. No entanto, já tivemos algumas promessas como o polo naval e a implantação da nova matriz econômica, que até agora não saíram do papel”, critica o economista Francisco Mourão Júnior.

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