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Primeiros sinais sustentam retomada no 4º tri

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30/11/2017

Matéria publicada pelo Valor Econômico

Os principais indicadores antecedentes dos meses de outubro e novembro já divulgados sinalizam que a retomada da economia prossegue no 4º trimestre, avaliam os economistas. A tendência é que a alta do Produto Interno Bruto (PIB) esperada para o terceiro trimestre seja repetida, ou perca apenas um pouco de fôlego nos últimos três meses do ano, confirmando a tendência de retomada gradual. Segundo a estimativa média de 16 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, o PIB cresceu 0,4% de outubro a dezembro em relação aos três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais.

André Muller, economista da AZ Quest, trabalha com expansão de 0,3% da economia de julho a setembro, variação que deve ser praticamente mantida nos últimos três meses de 2017, quando o PIB deve crescer 0,2%. "Não temos elementos para prever uma aceleração mais forte no quarto trimestre", afirma o economista, que se diz mais otimista com a trajetória do crescimento de 2019 em diante. "Estamos saindo de uma crise longa."

Medido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) em parceria com a Tendências Consultoria, o fluxo pedagiado de veículos pesados nas estradas, que é um bom termômetro do comportamento da indústria, caiu 1,2% de setembro para outubro. O movimento de veículos leves, que tem maior correlação com as vendas do varejo, também diminuiu em igual período (-1%).

Calculada pela Anfavea (entidade que reúne as montadoras) e dessazonalizada pela Tendências, a produção de veículos ficou 2,5% menor. As vendas de papelão ondulado, medidas pela associação de empresas do setor e também com ajuste da consultoria, recuaram 0,7%. Por representar a emissão de embalagens, esse índice é um bom antecedente da produção de bens de consumo e do comércio.

Na comparação com igual mês do ano anterior, a expedição do material aumentou 8,5%, desempenho considerado forte por Gabriella Michelucci, presidente da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO). Nas expectativas da entidade, as vendas vão subir 4,8% no quarto trimestre, em relação ao mesmo período de 2016. Segundo Gabriella, até julho, o crescimento do setor foi impulsionado pelos alimentos industrializados. "A partir de agosto outros bens de consumo passaram a ter também crescimento, vestuário, produtos plásticos, químicos e derivados", diz.

"Os indicadores sinalizam alguma devolução da alta anterior da indústria", que foi de 0,2% em setembro, diz Thiago Xavier, economista da Tendências. Do lado do varejo, ele menciona as vendas de automóveis e comerciais leves medidas pela Fenabrave (associação das concessionárias), que encolheram 1,6% em outubro, e a atividade no comércio de supermercados apurada pelo indicador da Serasa Experian, que teve retração de 2,3% na passagem mensal. "Esses dados não preocupam", afirma. "Vemos um quadro positivo nos condicionantes macroeconômicos".

Segundo Xavier, isso vale principalmente para o consumo das famílias, que se beneficia da recuperação na geração de empregos formais, da redução da inflação e da melhora na oferta de crédito. Por conta principalmente do desempenho do consumo, ele reviu para cima, de 0,2% para 0,4%, a estimativa para a expansão do PIB entre e o segundo e o terceiro trimestres

No quarto trimestre, o desempenho tende a se manter nesse ritmo, diz. Os indicadores que antecedem o comportamento da indústria vieram mais fracos em outubro, concorda Rodrigo Nishida, da LCA Consultores, mas seguem em aceleração na comparação com iguais meses do ano anterior. Além disso, oscilações são normais em índices de alta frequência, pondera. Por ora, a previsão é de alta de 0,3% da produção industrial entre setembro e outubro, mas essa estimativa tem viés de baixa devido ao refino de petróleo, que recuou no mês.

"Isso não é alarmante, mesmo que tenhamos um número mais baixo na margem, com queda", afirma o economista. A LCA também estima alta de 0,4% para o PIB no terceiro trimestre e espera alguma desaceleração nesse ritmo nos últimos três meses do ano.

No Polo Industrial de Manaus (PIM), o aquecimento da atividade no fim do ano ficou aquém do esperado, relata Wilson Périco, presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam). O faturamento das empresas está em alta em função de questões não relacionadas ao nível de atividade, diz, como a migração do sistema de transmissão analógica nos televisores para o digital. Por conta disso, os fabricantes do setor estão conseguindo desovar estoques.

"Teremos um fim de ano melhor do que o de 2016, mas o ano passado foi muito ruim", disse.



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