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O futuro da indústria automobilística brasileira, segundo o MIT

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29/11/2017

Matéria publicada pelo site Época Negócios

Carros elétricos, autônomos, compartilhados. Há muitas definições para o que viveremos na indústria automobilística do futuro. Como estar presente nela, e de forma competitiva, é uma dúvida que assola as empresas do setor atualmente. No Brasil, esse questionamento também envolve isenções fiscais, programas de incentivo e subsídios que alimentam o setor há décadas. Eles foram capazes de criar uma estrutura que fabrica 90% dos carros que são vendidos no país e emprega 500 mil pessoas, segundo um novo estudo do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Mas esse é um modelo que, segundo o mesmo estudo, não tem futuro e precisa ser repensado. "O Brasil necessita de uma visão totalmente diferente para a indústria. Uma nova forma de pensar e de inovar", diz Tim Sturgeon, pesquisador sênior do MIT, que apresentou os resultados da pesquisa nesta terça-feira (28/11), no Insper, em São Paulo.

De acordo com Sturgeon, há um desencontro entre a política automotiva brasileira e o que ocorre no setor globalmente. "A política atual é baseada na ideia de replicar aqui todas as etapas de produção de um veículo", diz o pesquisador. Isso torna o carro muito caro para o consumidor e a indústria, de forma geral, menos competitiva. "Automóveis são difíceis de fabricar, exigem muitos padrões, transmissões, partes diferentes. E, além disso, demandam grandes ciclos de investimentos".

É por esta razão que, segundo ele, as gigantes do setor estabeleceram centros globais para realizar partes específicas da produção de um carro e, depois, importar para onde for preciso. Isso torna o investimento necessário mais baixo e, dependendo das tarifas de importação do país, o carro mais barato.

Essa "visão global" das empresas acabou por gerar sistemas complexos dentro da indústria, com a sofisticação de dispositivos, opções de entretenimento e design. "No final, são modelos que só as gigantes conseguem fazer. É difícil, por esta razão, criar fornecedores nacionais que deem conta de responder a tudo isso", afirma Sturgeon.

A solução para a indústria no Brasil, portanto, não seria a de continuar desenvolvendo fornecedores em toda a cadeia. Segundo o estudo indica, ela precisaria mudar o foco e olhar para a especialização. Ao invés de dar conta de tudo, as empresas aqui estabelecidas poderiam olhar para etapas da cadeia global automotiva pouco desenvolvidas ainda. "Neste cenário global, há oportunidades para países, regiões e cidades serem bons em algo e se tornarem grandes em termos de exportação, inovação e abastecimento dos centros globais das multinacionais".

O Brasil, segundo Sturgeon, poderia olhar para o desenvolvimento do design. Na América Latina, por exemplo, não há nenhum grande centro que esteja totalmente focado nesta etapa do processo. "Nossa experiência com a indústria de uma forma geral nos mostra que se você investe em uma área específica, vai trazer e atrair cada vez mais empresas para o país".

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