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Conhecendo as fábricas de bicicleta em Manaus

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29/11/2017

Matéria publicada pelo site Pedal.com.br

Na semana que passou, tivemos a oportunidade de conhecer as fábricas de algumas marcas nacionais de bicicletas localizadas na Zona Franca de Manaus. A convite da Abraciclo, vimos de perto as linhas de produção e todos os processos da Sense, Ox (Ox e Oggi), Houston (e Audax) e Dorel (Caloi, Cannondale, GT, Schwinn e outras). Esta não é nossa primeira visita na capital do Amazonas, já que no ano passado tivemos a chance de acompanhar a inauguração da Fábrica da Sense Bike.

Entendendo o cenário

A criação da zona franca de Manaus no ano de 1967 foi a maneira encontrada para trazer preservação ambiental, geração de empregos e desenvolvimento para o estado do Amazonas. Para atrair investimentos, o governo concedeu uma série de benefícios fiscais para empresas que cumpram todos os requisitos necessários, de forma que fique atrativo a construção das fábricas.

Para estimular a produção nacional, uma das regras de maior destaque diz que para importar determinados componentes, é preciso ter determinados volumes de produtos nacionais. Com isso, quanto mais produtos nacionais forem produzidos, mais produtos internacionais podem ser importados.

Essa regra é especialmente importante quando falamos de componentes de fibra de carbono, já que este material dificilmente é produzido fora da Ásia e não há qualquer plano para produção nacional em nenhum segmento - todavia, sabemos que trata-se de um material fundamental nas bicicletas atuais de alta gama.

Detalhes interessantes da produção nacional

Diferente do que muitos imaginam, os processos de produção em todas as fábricas são bastante avançados. Segundo os fabricantes instalados no local, não ficamos devendo em nada para a grande maioria das fábricas da Ásia.

Também segundo eles, foi informado que só algumas fábricas asiáticas muito especializadas e que possuem um volume de produção realmente muito grande utilizam máquinas diferentes e mais eficientes, o que permite aumentar o volume sem prejudicar a qualidade final.

Aqui no Brasil, por exemplo, todos os quadros de alumínio em todas as fábricas passam pelo processo de solubilização T4 e também de envelhecimento endurecimento T6. Este processo pode ser acompanhado de perto na fábrica da OX, que também produz os quadros da Oggi. Um diferencial nesse processo, foi na Sense, onde existe até um polímero especial para tornar o processo ainda mais eficiente.

Além disso, pudemos verificar que alguns possuem quadros já com tubos hidroformados (ou mecanicamente formados) de alumínio, inclusive com até três espessuras diferentes (triple butted).

Já na Caloi pudemos ver alguns funcionários trabalhando em espaços protegidos para evitar acidentes, buscando uma adequação às normas mais avançadas de segurança. Na fábrica da tradicional marca brasileira ainda tivemos presente no "batizado" do MKD Henrique Avancini, célula de produção de bicicletas de alta gama da Dorel, que recebeu este nome para homenagear o atleta.

Na fábrica da Houston / Audax, ficamos impressionados com as máquinas que produzem aros e montam as rodas, com o grande destaque ficando por conta do impressionante robô automatizado que faz a soldagem de alguns quadros - um equipamento tão moderno que não foi permitido nem filmar e nem tirar fotos.

Na fábrica da Sense, tivemos uma grande oportunidade - poder (tentar) soltar um quadro, da mesma forma que os funcionários. Tarefa que se mostrou super difícil e reforçou a importância de mão de obra especializada.

Também vimos o maquinário que faz os testes de resistência. Lá, além de testarem os quadros com o padrão exigidos de 200 mil ciclos, eles colocam como um padrão mínimo interno 400 mil ciclos para garantir a durabilidade. Em alguns experimentos, alguns guidões e quadros chegaram na faixa de 2 milhões de ciclos até apresentar falhas!

Suframa

A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) é uma Autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de Manaus - ZFM. Durante nossa visita, tivemos uma palestra muito interessante sobre os aspectos e regras para a produção na região.

Nela, aprendemos que um dos maiores problemas de produzir em Manaus é o transporte dos produtos, bastante dificultado pelo isolamento geográfico da ZFM, mas que já existem soluções para estre problema em vista - inclusive com a passagem dos produtos por outros países.

Para saber mais, acesse o site da Suframa.

Agradecemos a Abraciclo pela oportunidade de deixar-nos conhecer de perto a produção nacional e ficamos felizes em saber que temos marcas com máquinas capazes de fazer bikes que não devem nada para as mais respeitadas marcas internacionais.

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