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Risco de racionamento de energia elétrica no país assusta o PIM

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18/06/2021

Fonte: JCAM

Andréia Leite

A notícia de um possível risco de racionamento de energia elétrica no país causada pela crise hídrica, já aciona o status de alerta no PIM (Polo Industrial de Manaus). Isso porque a indústria que já vem em um ritmo de recuperação das perdas obtidas em períodos anteriores e agravadas pela pandemia do novo coronavírus. Teme que os efeitos afete o parque industrial.

Essa preocupação que ronda o segmento industrial tem um motivo. Azevedo lembra que em crises hídricas ocorridas no passado, o país precisou fazer racionamento do consumo para manter em funcionamento as atividades essenciais.

“Existem alertas de que nesse ano, teremos outra crise hídrica que exigirá tomada de decisão sobre como administrar uma oferta de energia abaixo da demanda”. De acordo com o vice-presidente da Fieam, para manter a oferta no mesmo nível da demanda, é necessária a contração de geradoras independentes que utilizam grupos geradores movidos a combustíveis fósseis, que oneram o preço do Kwh para o consumidor final e para as indústrias. “Se o percentual de participação da energia solar fosse de 20% ou 30%, poderia compensar o período sazonal de baixa oferta hídrica, mantendo o nível de preços estáveis”.

Nelson Azevedo afirma que algumas indústrias já instalaram painéis de geração de energia solar, outras adquiriram cotas de participação em “fazendas compartilhadas”, mas a oferta ainda é aquém da procura. Na opinião dele, o Brasil precisa estabelecer uma prioridade e incentivo às iniciativas de co-geração de energia. “Hoje temos poucas geradoras com muita potência gerada por cada uma, mas o ideal seria pulverizar a geração, onde teríamos muitos geradores gerando pouca energia cada uma, o resultado seria uma grande oferta de energia”.

Caso haja racionamento de energia, aumento de custos em função das bandeiras tarifárias, ele enfatiza que haverá redução na atividade industrial e aumento dos preços aos consumidores, pois a indústria é a maior consumidora desse insumo.

“A energia solar é uma fonte renovável e inesgotável de energia que a natureza nos proporciona gratuitamente. O investimento não é alto, quando comparado com a energia hidrelétrica ou a combustão, e ainda pode ser implementada por módulos.

Atualmente a energia solar responde por aproximadamente 10% de toda a energia gerada no país e tem potencial para crescer muito mais”, complementa Nelson Azevedo.

Indicativo de racionamento é descartado

Na análise do Diretor-Presidente do grupo Enecel Energia, Raimundo Batista, especificamente no estado do Amazonas, não existe nenhuma possibilidade de ocorrer cortes de energia mesmo em situações, por exemplo, de enchentes ou de alagamentos que são mais comuns no estado. “Digo isso, pois as obras que abastecem Manaus e o seu entorno, são linhas de transmissão que saem da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, e chegam até essas cidades estrategicamente para não ter interrupções no fornecimento”.

Conforme o especialista, não existe nenhum programa para ser aplicado um racionamento de energia elétrica no Brasil, que esteja em andamento ou que esteja sendo preparado pelo Ministério de Minas e Energia. O que o ministério está fazendo atualmente é uma procura de aumentar a oferta de energia por meio de acordos e com o setor de indústrias, mas sem falar de um possível racionamento de energia”.

Ele destaca que as pessoas que falam hoje que haverá um racionamento de energia no país são propagadoras de fakes news, e que não entendem muito bem sobre o assunto. “O que nós temos hoje garante as condições perfeitas de atender o nosso mercado até o mês de novembro deste ano. Mas, caso não chova no Brasil, o que difere do Amazonas que têm regiões que chovem muito, aí sim podemos ter problemas no ano que vem”, Portanto, ele afirma, só haverá racionamento no Brasil se houver uma seca intensa e não chover depois de novembro. Diante disso, na situação em que seja necessário que se decrete um programa de contingenciamento de energia elétrica por questões de abastecimento no Brasil, a decisão não será aplicada na região Norte, porque a região é exportadora de energia. Não tivemos racionamento no Amazonas em 2001 e não teremos uma próxima, mesmo que todas as outras regiões brasileiras sejam impactadas”.

Nota

Em nota, o MME (Ministério de Minas e Energia) informou que as instituições do setor energético continuam trabalhando para manter a segurança energética no ano que se deflagrou a pior hidrologia de toda a série histórica de 91 anos.

O texto enviado pela assessoria da autarquia esclarece que a quantidade de chuvas afeta a geração de energia no Brasil porque 65% da produção de eletricidade do parque gerador brasileiro é composta por hidroelétricas, o que tem a vantagem de prover uma energia limpa, barata e com confiabilidade, quando a água é abundante.

“É importante destacar que, embora a hidroeletricidade ainda seja a principal fonte de geração no Brasil, sua participação na matriz elétrica brasileira tem cedido espaço a outras, desde os anos 2000, numa estratégia intencional de diversificação dessa matriz, buscando reduzir a dependência da hidroeletricidade, uma das principais vulnerabilidades identificadas no racionamento observado em 2001”, diz o texto.

Ainda conforme o teor do documento, para que essa dependência das chuvas fosse moderada, foi adotado não apenas a política de diversificação da matriz, por meio dos leilões de energia, que viabilizaram com que outras fontes se tornassem bastante competitivas ao longo dos anos, protegendo os interesses do consumidor, mas também uma política de reforço significativo do sistema de transmissão brasileiro, o SIN (Sistema Interligado Nacional).

O Sistema permite que consumidores de um canto do país possam consumir a eletricidade gerada de outro quadrante brasileiro, quase que instantaneamente, reduzindo a dependência das fontes de geração disponíveis em cada região.

Foto/Destaque: Divulgação

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