09/04/2019

Jornal Acrítica

Na quinta-feira, no auditório do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, acontece um seminário que irá discutir a importância da Zona Franca de Manaus. A realização é do jornal Correio Brasiliense em parceria com outras organizações e instituições. Discutir a importância da ZFM é uma necessidade tanto para os que tomam decisões nos poderes brasilienses quanto aos que têm uma ideia reduzida do que é o principal modelo de agência de desenvolvimento do Estado do Amazonas e de parte da Amazônia Ocidental nas últimas décadas.

O que a Zona Franca proporcionou de positivo e de negativo? Quais os caminhos dessa agência a partir da reforma tributária e qual será a situação do Amazonas nesse contexto? Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentará, nesse seminário, números novos e um panorama do Polo Industrial de Manaus e seus reflexos na vida da cidade e dos demais municípios amazonenses. A pesquisa da FGV é um dos mobilizadores para esse encontro que se dará no momento em que as incertezas estão ampliadas, o desemprego aumenta e o interesse pelo investimento no Brasil está retraído em decorrência de um quadro de recessão econômica mundial.

Ao Estado, o seminário se constitui em uma das oportunidades para obter informações importantes à formação de ações e programas que possam retirar o Amazonas da paralisia a que está submetido. As informações, a forma de recepção e o espaço para tomada de decisão são alguns dos elementos que poderão contribuir com o governo estadual na definição de uma política real e sensata de desenvolvimento sem ignorar o fato de lidar com uma economia globalizada cujos choques em qualquer outra parte do mundo afetam diretamente o desempenho do PIM e a disposição empresarial de permanecer ou não nas regiões que recebem incentivos fiscais.

A ZFM é tratada ora pela visão deturpada de que aqui está uma indústria desqualificada e que faz negócios nada republicanos, ora pelo entusiasmo exagerado que empana os problemas e as responsabilidades que governo, empresário e gestores dessa agência devem ter de forma permanente para lidar com os desafios e problemas do modelo; e ainda por uma parcela que rejeita a ZFM por vê-la como mal maior da região. O fato principal é que a população do Amazonas – 3,4 milhões de habitantes (IBGE, 2010) – depende do funcionamento normal dessa agência.