18/11/2019
Nelson Azevedo
“Estão de parabéns os atores da iniciativa, INDT, FPF TECH, a Schneider Electric
Brasil, a Suframa, seus gestores obstinados, os empresários que, há 52 anos,
acreditam no Amazonas, nossos colaboradores, os governantes e a representação
parlamentar que há mais de meio século apostaram sua energia e semearam a certeza
de que aqui – no coração da Amazônia – estamos construindo uma grande
Civilização, próspera, sustentável e solidária.”
Com apoio da Suframa e verbas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, Manaus já
disponibiliza aos empreendedores, pesquisadores e instituições de ciência e
tecnologia focadas no desenvolvimento da indústria 4.0, desde o último dia 7, o
FabLab powered by EcoStruxure, o primeiro laboratório avançado da indústria 4.0 no
Amazonas.
Na parceria de criação desta boa nova está a Fundação Paulo Feitoza, FPF Tech, o
Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) e a Schneider Electric Brasil,
empresa que ofertou os equipamentos. O investimento inicial das três empresas foi de
R$ 3 milhões, um aporte modesto à luz dos benefícios que daí virão
O FabLab ca nas proximidades do Centro de Biotecnologia da Amazônia, CBA, e da
Suframa, sede do INDT – FPF Tech, estando aberto ao público interessado num futuro
que já começou.
Embargo da evolução tecnológica
Não faz muito tempo, o governo federal olhava para a ZFM como montagem simples
de produtos industrializados, contando com insumos estrangeiros e com insumos
nacionais. Não se imaginava qualquer atividade de desenvolvimento tecnológico ou
de incorporação de tecnologias compatíveis com o estado da arte e da técnica no
âmbito de nosso Polo Industrial de Manaus.
Tanto é assim que “a mão-de-obra direta empregada no processo de produção,
englobava tão-somente colaboradores até o nível supervisor”
, segundo a Portaria n.
308, de 11 de agosto de 1976, lembra o consultor das entidades da Indústria, o jurista
Raimundo Noronha.
Verticalização e obstinação
Essa medida era um primeiro fator de desestímulo à instalação, pelas empresas, na
Zona Franca de Manaus, de laboratórios e centros de pesquisa, bem assim como
recrutamento em outras regiões do País de técnicos qualicados, criando, na verdade,
grandes obstáculos ao desenvolvimento local de tecnologia de produtos e de processo
de produção e até mesmo à absorção ou emulação de tecnologia adquirida de fontes
externas.
Nesse contexto, o advento do PPB, em 1991, teve um aspecto positivo, pois não deixou
ao arbítrio da administração denir o parâmetro de aferição do nível de
industrialização local. O conteúdo de processo produtivo básico foi denido
simplesmente como um conjunto mínimo de operações no estabelecimento fabril,
que efetivamente caracterizasse um processo de industrialização, afastando a mera
maquilagem industrial.
Hoje, empresas como a Moto Honda, na qual ocupamos a Diretoria Regional em seus
primórdios, alcança mais de 85% de verticalização industrial em alguns modelos.
São novos os tempos e são promissoras as notícias de que aqui temos tudo para
instalar a Quarta Revolução Industrial de forma robusta.
Antecipamos a Utopia
O que parecia um sonho, há bem pouco tempo, se tornou realidade num laboratório de
seis bancadas, a maioria com itens para simulação e aprendizado em automação de
máquinas e uma com equipamentos para automação de processos. Todas as bancadas
podem trabalhar individualmente ou conectadas em rede, formando um ambiente
real de automação de uma planta. Isso é simplesmente espetacular.
Estão de parabéns os atores da iniciativa, INDT, FPF TECH, a Schneider Electric Brasil,
a Suframa, seus gestores obstinados, os empresários que, há 52 anos, acreditam no
Amazonas, nossos colaboradores, os governantes e a representação parlamentar que
há mais de meio século apostaram sua energia e semearam a certeza de que aqui – no
coração da Amazônia – estamos construindo uma grande Civilização, próspera,
sustentável e solidária. Tudo apenas recomeça a cada dia, nossa luta e teimosia.
*Nelson Azevedo é economista, empresário, foi Diretor Regional da Moto Honda, Presidente
do Sindicato das Indústria Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus e Vice-presidente da Fieam.