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Zona Franca de Manaus: temos muito a colaborar com o Brasil

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03/06/2020

Nelson Azevedo

vice-presidente da FIEAM

Nós, da Amazônia, somos frequentemente tomados por uma pergunta: será que o Brasil não quer saber de nossa forma de sobrevivência socioeconômica ou nós temos sido incapazes de nos apresentar como parte diferenciada do país, uma região, embora remota, com infinitas possibilidades de negócios em todas as direções, e desejosos de sermos reconhecidos como tal?

Longe de nós querer, nesta reflexão passageira, dar aqui uma resposta elucidativa. Recolocar essa questão, neste momento iminente de mais uma recessão – embalada pela divulgação sobre o tombo do PIB – tem o propósito de dizer ao país quais são as contribuições que nós podemos oferecer para enfrentar os dias sombrios que os números oficiais da Economia indicam.

A queda do PIB – a somatória de todas as nossas riquezas deste primeiro trimestre – foi muito preocupante. Voltamos ao patamar de 2012, praticamente de uma hora para outra. Voltamos, vírgula, o Brasil voltou, mas aqui os dados da Suframa dizem que não. O Amazonas, pelo menos, apresentou em um cenário diferente. Nós crescemos 10,8% no quadrimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. É bem verdade que as importações no mercado nacional e estrangeiro ficaram torno de 4 pontos. Entretanto, esses números foram compensados com obstinada rotina produtiva iniciada no segundo semestre do ano passado. Fomos em busca do tempo perdido, com a recessão iniciada em 2014. E, mesmo durante a Pandemia, estamos trabalhando dentro de rigorosos protocolos de segurança para repor as perdas acumuladas.

Entre a vida e a economia: a cidadania!

Inexiste o paradoxo de ou priorizar a vida ou a economia. Cuidar da vida é sempre o compromisso fundamental, como temos feito em 53 anos deste Programa de acertos. Muitos segmentos sociais ficaram sem recursos para comprar a comida desde o início do isolamento social. Por isso, foram desencadeadas ações de arrecadação de alimentos por parte das empresas do polo industrial de Manaus. Entretanto, cuidar da vida é também cuidar dos empregos. Por isso, só interrompemos a atividade produtiva em 30% das empresas que não tinham demanda durante o isolamento social. As demais suspenderam suas atividades para consolidar rigorosos protocolos de proteção à saúde dos colaboradores e retomaram as atividades.

Desde o transporte que traz de casa para fabricar e vice-versa todos os colaboradores, respeitamos as normas de distanciamento e demais instruções recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. Os protocolos foram compartilhados para quem desejasse para ajustá-lo s às dimensões e peculiaridades dos respectivos empreendimento. Basta ver, como resultados, as taxas ínfimas de contágio no ambiente fabril. Infelizmente, pela precariedade das moradias de Manaus, um fenômeno de favelização que ocorre nas grandes cidades do Brasil, nossos colaboradores, ironicamente, estavam mais protegidos no ambiente de trabalho do que fora dele.

Protegendo os protetores da vida

Além da campanha de alimentação das populações em vulnerabilidade social, as empresas se impuseram desafios para produzir localmente equipamentos de proteção individual, outrora fabricados exclusivamente os países asiáticos, para doar aos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19. Protegê-los significa assegurar que eles não caiam em pleno combate. De quebra, descobrimos entre nós habilidades até então adormecidas. Afinal, depois de meio século de consolidação de nossa planta industrial, podemos fabricar qualquer artefato desde que a necessidade e o mercado venham a demandar.

Autonomia da Suframa

Adicionalmente, temos a nosso favor a decisão política da Suframa de decidir, no âmbito de seu Conselho de Administração a aprovação dos PPBs para quem quiser formalizar novos segmentos industriais. E há muita expectativa com relação ao Polo da Saúde, especialmente nossa união e adesão em torno da autonomia da Suframa. Queremos, portanto, produzir no Brasil aquilo que as demandas de saúde outrora importavam. Aqui e em todo Polo Industrial do planeta, ficamos a ver navios com a Pandemia, pois todos precisavam das mesmas coisas que eram quase exclusivamente produzidas na Ásia. Estamos prontos e à disposição do país para fabricar o que for preciso, sobretudo um pacto de alianças produtivas e de co-responsabilidades sociais. E, em lugar do discurso do ódio, temos um espírito construtivo, e muito a colaborar com o Brasil.

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