21/10/2019
Nelson Azevedo
Tivemos a honra, recentemente, de contar com a presença de uma comitiva do
governo federal para conhecer de perto as operações da Zona Franca de Manaus,
dentro do programa da CNI ‘Conhecendo a Indústria’. Este evento ganha extrema
relevância num momento em que nossa economia está na berlinda e em que
precisamos pensar nossa região com vinculações e compromissos de brasilidade.
Estavam entre os participantes do programa representantes do Tribunal Nacional de
Contabilidade (TCU), ministérios da Economia, Ciência e Tecnologia, Agricultura
além da Câmara dos Deputados e Senado Federal, da Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), alguns departamentos da presidência da República e os parceiros da CNI e anfitriões da FIEAM. Um providencial acontecimento.
A visita começou com um seminário de apresentação de nossa indústria, ocorrido no
dia 10, na sede da Federação da Indústria, onde a comitiva teve a oportunidade de
conhecer o que fazemos, as dificuldades que enfrentamos e as condições de que
precisamos para ampliar os acertos e benefícios que o Amazonas e suaIndústria tem
oferecido na redução das desigualdades regionais, na geração de empregos pelo país
afora e proteção orestal com seus respectivos serviços ambientais. Certamente os
visitantes conseguiram entender a natureza deeconomia, uma política de estado com
atribuições estratégicas e não de governo, de um ou dois mandatos. Foi, então,
possível mensurar os benefícios conquistados e muitos deles suprimidos, pelo
conosco de nossas receitas destinadas para outros fins.
Vitrines invejáveis
Os visitantes tiveram a chance de conhecer as instalações da Samsung e da Moto
Honda, duas vitrines invejáveis de nossa Indústria sustentável e – um ponto alto – as
instalações do CAT 8, a Creche Francisco Garcia, que atende lhos dos colaboradores
da Indústria. Um deles recomendou destaque a essa vertente social de primeira
grandeza. Nesse contexto, eles captaram a necessidade de infraestrutura para
assegurar a competitividade e consolidação dos nossos empreendimentos.
Balizamento e dragagem das hidrovias, integração rodoviária do Estado ao resto do
país, com a recuperação da BR 319, Manaus a Porto-Velho. Para tanto, bastaria a cada
ano dedicar 5% do faturamento dessa Indústria para as obras de infraestrutura. De
quebra, assegurar os avanços conquistados pela Suframa para flexibilizar e respeitar
os prazos de liberação dos PPBs, os processos produtivos básicos, necessários ao
adensamento e diversificação de empresas e produtos e recuperação dos postos de
trabalho.
Conexão federal
Há três anos, o Tribunal de Contas da União, após um exaustivo levantamento de 2006 a 2016, concluiu a desconexão entre os órgãos federais no Amazonas, com desperdício de recursos e de oportunidades, além de ações públicas sem coordenação comum, aumentando a distância de Brasília da realidade local. Daí os frequentes ataques a nossa economia fruto do desconhecimento e da desconexão que começa entre os agentes federais do Estado que desconhecem o que os demais atores federais estão fazendo.
Por isso a importância da comitiva, da iniciativa da CNI, da integração federal no ato de conhecer, para respeitar e apoiar os direitos constitucionais que amparam esta que é a mais acertada política scal de desenvolvimento regional. Sejam sempre bem-vindos!
*Nelson Azevedo é economista, empresário, foi Diretor Regional da Moto Honda, Presidente
do Sindicato das Indústria Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus e Vice-presidente da Fieam.