19/12/2014
Segundo o presidente da Voith Hydro América Latina, Marcos Blumer, o primeiro rotor deve ser encaminhado ao Pará no próximo mês, enquanto os demais rotores seguirão um cronograma de entregas, em 2015, nos meses de maio e julho. A última peça será concluída no início de 2016. Ele explica que, de 18 rotores a serem utilizados em Belo Monte, 14 estão sob a responsabilidade de outros fornecedores. “Em Manaus já produzimos componentes para as usinas hidrelétricas Ferreira Gomes, no Amapá; de Jirau, que está em construção no rio Madeira, em Rondônia; e Teles Pires, em Mato Grosso. A conclusão deste rotor tem um simbolismo significativo para nós. Trouxemos todo o processo de transformação tecnológica para a cidade. Confiamos, investimos e apostamos porque confiamos na região”, disse.
Blumer, informa que atualmente a unidade fabril em Manaus produz para atender a dois projetos que são a extensão da usina hidrelétrica Santo Antônio, em construção no rio Madeira, no município de Porto Velho (RO); e para a usina de Belo Monte. Segundo o presidente, o primeiro rotor deve ser encaminhado ao Pará no próximo mês, enquanto os demais rotores seguirão um cronograma de entregas, em 2015, nos meses de maio e julho. A última peça será concluída no início de 2016. Ele explica que os outros 14 rotores estão sob a responsabilidade de outros fornecedores. Blumer ainda informou que além da parte mecânica, a empresa também fornece os equipamentos auxiliares que consistem na parte de periféricos elétricos e de automação. “Toda a parte de controle elétrico será feito pela Voith em Manaus”, comenta. Além do rotor de turbina, a empresa produz carcaça de turbina, gerador de bulbo, nariz bulbo, rotor de gerador, regulador hidráulico, cone estrutural e estatores.
A Voith Hydro em Manaus está instalada em uma área de 111 mil metros quadrados, dos quais 17,2mil metros quadrados são de área construída. A produção é dividida em três galpões que medem 155 por 25 metros. O investimento foi de R$120 milhões. A fábrica foi inaugurada em 2010, no Distrito Industrial. Atualmente 170 colaboradores atuam na empresa. De acordo com o presidente a vinda da empresa para Manaus foi motivada por questões logísticas. Ele afirma que a cidade está bem posicionada em relação a outros Estados e que os rios Negro e Solimões facilitam o escoamento de produtos. Blumer adianta que Manaus ainda não exporta sua produção mas que existem estudos que analisam a possibilidade da criação de um corredor de exportação. “Analisamos os rios da região amazônica com o intuito de criar um corredor de exportação. A ideia é abrir novos mercados, principalmente com Colômbia e Peru mas isso ainda está em fase de estudo logístico”, afirma. “Estamos há 4 anos na cidade e hoje estamos entre as 40 maiores empresas instaladas no PIM em termos de faturamento, isso com base no período de 2013 a 2014”, complementa.
O presidente conta que boa parte da matéria-prima utilizada pela fábrica local é procedente de fornecedores nacionais. Enquanto as peças fundidas são processadas pela Voith Hydro de São Paulo e enviadas para Manaus. “A fábrica de Manaus está integrada à cadeia de suprimentos nacional do grupo Voith. Desta forma mantemos a empresa no polo e de forma integrada à cadeia nacional”, considera.
Geração de energia
Para o diretor de engenharia da Eletrobrás –Centrais Elétricas Brasileiras S.A. e membro do conselho da Eletronorte – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., Valter Luiz de Souza, a usina hidrelétrica de Belo Monte é considerada como a maior obra de hidroeletricidade do mundo. Ele afirma que a entrega do primeiro rotor confirma que os trabalhos seguem o cronograma. “Esse rotor terá uma contribuição relevante no processo. Atualmente o Brasil apresenta mais de 130 mil megawatts instalados, deste total, 85% é proveniente de hidrelétricas. No Amazonas a hidrelétrica de Balbina soma 250megawatts. Na capital e no interior tem-se dois mil megawatts, dos quais 10% é gerado por hidroeletricidade”, explica.
Fonte: JCAM