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ZFM precisa se reinventar para sobreviver à Reforma Tributária

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13/02/2020

Fonte: Em Tempo

Jakeline Xavier

"Tudo o que é bom para o Brasil é ruim para a Zona Franca de Manaus". Esta é uma afirmação do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) que resume de uma maneira simples a atual situação do Polo Industrial de Manaus.

O Brasil está prestes a estabelecer uma reforma tributária que de maneira alguma beneficia a Zona Franca de Manaus (ZFM). Pelo contrário, na avaliação dos empresários, por estar sob uma estrututa de incentivo tributário muito sensível precisa pensar em alternativas para se sustentar independente dos incentivos Fiscais.

Neste contexto, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) realizou no fim da tarde desta quarta-feira (12), a sua 241ª Reunião Ordinária, a fim de apresentar o cenário atual da ZFM e as estratégias para que o modelo sobreviva à Reforma Tributária do país.

Na ocasião, o economista e pequisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Márcio Holland, ex-secretário do Ministério de Política Econômica do Ministério da Economia, apresentou os primeiros resultados do trabalho "Zona Franca de Manaus - Impactos, efetividade e oportunidades".

"A Reforma Tributária está sendo feita por quem não conehce o Brasil. Não podemos permitir que ela inviabilize um modelo vencedor que gera e que mantém essa floresta em pé, bem como todos os valores implementares que fazem com que a população sobreviva de maneira digna e honesta", afirmou o presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, Luiz Augusto Barreto Rocha.

Aumentar a interlocução

Com base nos resultados obtidos nesta pesquisa, a nova tática adotada pelos defensores do modelo Zona Franca será dialogar com os que se opõem ao PIM.

"Não podemos permitir que quem não conhece o Brasil tome decisões sobre o Brasil. O nosso trabalho é dar conhecimento do Polo Industrial de Manaus para o Brasil", reforçou o presidente.

A classe reconhece que este é um momento difícil para o Estado, mas que é preciso aumentar a interlocução. "Precisamos falar de maneira técnica para os 'não convertidos'. Precisamos falar para que não nos conhece", disse o presidente.

Com a queda de incentivos destinados à ZFM, muitas empresas internacionais podem sair do Brasil. Além da perda por parte dos trabalhadores destas indústrias, ainda é preciso calcular em quanto e em que área o país inteiro sai prejudicado.

O Fundo de Desenvolvimento Regional é uma grande alternativa para este contexto. No entanto, o pesquisador apontou apontou que a ZFM ainda padece por falta de transparência, uma vez que temos um modelo há 50 anos e nunca foram apresentados indicadores deste Fundo.

O fato inegável é que a ZFM precisa ser autossuficiente nos próximos anos. "Na situação em que a gente está vivendo tudo é possível, inclusive nada", disse o pesqquisador.

Pesquisa

"Vocês está pagando o preço por não terem feito este estudo há mais tempo", disse em desabafo o pesquisador da FGV. Os resultados apresentados no trabalho "Zona Franca de MAnaus - Impactos, efetividade e oportunidades", são uma largada para que seja realizado um estudo mais científico e aprofundado.

Entre os indicadores que surpreenderam está o número de geração de empregos. Atualmente, a ZFM emprega direta e indiretamente cerca de 500 mil pessoas. Outro dado interessante é que 73% dos trabalhadores da ZFM tem o Ensino Médio completo, a nível Brasil a média é de 50%. O PIM também tem o terceiro maior número de profissionais com Ensino Superior completo.

Márcio afirma que dentro da reforma tributária o caminho do desenvolvimento regional é a melhor alternativa. Existem vários modelos de negócio dentro dos mais de 450 projetos do Polo industrial de Manaus. "O mais importante é desenvolver novos polos econômicos, especialmente no interior do Estado, que sejam autossustentáveis", afirmou Holland. Para o pesquisador, é preciso reavaliar e pensar além da questão fabril.

Quem acha que somente o Amazonas se encontra neste impasse, se engane. A pergunta 'qual vai ser a indústria daqui a 40 anos?' é a mesma para todo o Brasil. Pois aos moldes que segue a reforma tributária, todos os extermos brasileiros terão dificuldade em desenvolver-se economicamente, uma vez que as políticas de desenvolvimento regional saíram de cena por anos e agora precisam ser retomadas.

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