CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Vitória de Trump não afeta a ZFM

  1. Principal
  2. Notícias

11/11/2016

A eleição do republicano Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América não deve impactar os negócios do Amazonas com aquele país. Segundo representantes da indústria, a exportação dos produtos da ZFM (Zona Franca de Manaus) para o país americano ainda é considerada pequena, a previsão é de continuidade da relação econômica e aguardo para saber os potencias efeitos ao setor. Segundo o Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), de janeiro a outubro deste ano, o Amazonas exportou para os Estados Unidos US$ 28,2 milhões. No mesmo período do ano passado, o montante chegou a US$ 39,7 milhões, um recuo de 28,99% na variação do período.

Para o presidente do Cieam (Centro Industrial do Estado do Amazonas), Wilson Périco, a eleição de Trump não deve ter interferência nos negócios do Estado. "Para nós não deve ter impacto porque as exportações para aquele país não são grandes. Basta olhar a balança comercial, " afirma. Segundo ele, nos últimos anos, o Brasil optou em ficar mais amarrado ao Mercosul e para estreitar futuros laços com os Estados Unidos é necessário haver química entre seus líderes. "Tudo depende da habilidade do nosso governo e também da composição do secretariado do governo americano. Como todo discurso tem de considerar que uma coisa é durante a campanha, outra é após ser eleito", disse Périco.

A superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Rebecca Garcia, após assistir à primeira declaração do novo presidente eleito, disse que entendeu o discurso adotado, inicialmente, tem caráter protecionista, pregando a recuperação econômica e a retomada de empregos, sobretudo, nos setores siderúrgico e primário nos EUA, os quais não trazem impactos diretos à economia do Amazonas. "Ainda assim, o discurso também enfatizou que serão revistos acordos comerciais mantidos pelos Estados Unidos com outros países e, nesse aspecto, há de se aguardar para saber os potenciais efeitos sobre a Zona Franca de Manaus", avalia.

Segundo o gerente executivo do CIN/AM (Centro Internacional de Negócios do Amazonas), José Marcelo Lima, o desenrolar com Hillary teria sido melhor para a economia brasileira, uma vez que mais um mandato do Partido Democrata significaria poucas mudanças estruturais na condução da economia global. No entanto, mesmo com Trump no comando da Casa Branca, ele também acredita não afetar os negócios do nosso Estado. "De fato a exportação dos produtos regionais para o país americano ainda é considerada pequena e a previsão é de continuidade da relação econômica, ou seja, não muda nada", sentencia.

Lima ainda defende que o governo brasileiro é parceiro em exportações tradicionais com os Estados Unidos e espera que haja algum entendimento para futuras negociações para estreitar em algo mais significativo. No início de setembro, um evento promovido pelo CIN em Nova York com a presença das federações da região Norte, as potências do Amazonas foram e apresentadas aos empresários americanos.

Relação Brasil x EUA não muda

O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira (9) que a vitória do empresário Donald Trump nas eleições norte-americanas não muda em nada a relação entre o Brasil e os Estados Unidos. "Tenho dito que a relação do Brasil com os Estados Unidos e os demais países é institucional, ou seja, de Estado para Estado. É claro que o novo presidente [norte-americano] que assume terá de levar em conta as aspirações de todo o povo americano. Tenho certeza que não muda nada na relação Brasil e EUA", declarou Temer em entrevista.

Em contagem parcial, Trump foi eleito presidente americano com 276 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Ele precisava de 270 para chegar à Casa Branca. O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, disse que a carta de Temer parabenizando o presidente eleito dos EUA já foi enviada.

Republicanos se opõem a protecionismo

O Conselheiro do Corecon- Am (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Pedro Monteiro, explica que, historicamente, o Partido Republicano, defende o livre comércio e se opõe a medidas protecionistas. Mas Trump inverteu essa lógica e se o empresário colocar as ações propostas por ele em prática, o Brasil e a ZFM poderiam ser prejudicados. Para ele, a eleição de Trump poderá trazer impactos negativos, principalmente nas exportações do setor.

"Temos que considerar que ele é uma pessoa imprevisível e todas as suas atitudes são incertas. O livre comércio é favorável para o nosso país e consequentemente para a Zona Franca de Manaus, mas Trump se mostrou mais ao estilo protecionista. Como ele fez propostas muito amplas, os efeitos econômicos dessas medidas podem ter impacto grande e gerar um caos na economia, principalmente nas exportações do setor agravando os índices negativos dos últimos anos. Mas é muito cedo para saber o que vai acontecer", afirma. Ele acrescenta que, a exportação do Amazonas vem sofrendo duras quedas em comparação aos anos anteriores.

Segundo dados do Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), de janeiro a outubro deste ano, o Amazonas exportou para os Estados Unidos US$ 28,2 milhões. No mesmo período do ano passado, o montante chegou a US$ 39,7 milhões, um recuo de 28,99% na variação do período. Em relação a importação, o valor registrado foi de US$ 501,7 milhões nos primeiros dez meses do ano e no igual período de 2015, o Amazonas importou do país americano US$ 652,3 milhões. A queda foi de 23,08%. Monteiro reforça que o poder da diplomacia entre os governos americano e brasileiro ditará as regras para estreitar futuras relações econômicas e políticas. "Tudo depende disso, mas temos um fator favorável porque como empresário Trump é sócio de um hotel no Rio de Janeiro e licenciou sua marca para ser usada por um complexo de edifícios na zona portuária da cidade, mas a obra ainda nem começou. Ou seja, isso mostra um saber de potencial, uma vez que ninguém investe em algo sem capacidade", finaliza o conselheiro.

Protecionismo é tema de fóruns internacionais

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou nesta quarta-feira (9) que as relações entre Brasil e Estados Unidos não deverão mudar com a eleição do candidato do Partido Republicano, Donald Trump, como presidente.

"São relações históricas, de longa data, e queremos crer que não deverá ter grandes alterações. É preciso que, dada a campanha que se teve nos EUA, a gente aguarde um pouco. Estamos na fase de observação", disse Pereira, após participar de evento de lançamento do programa Brasil Mais Produtivo, na sede da Firjan.

Questionado, Pereira admitiu que o discurso de Trump sobre protecionismo "é uma preocupação", mas esse tema tem sido debatido nos fóruns internacionais. "É um tema que está sendo discutido na OMC, no G-20, nos Brics, e com a posição do presidente eleito dos EUA, o tema deverá ganhar mais relevância nas discussões nos organismos internacionais", disse o ministro

Pereira também demonstrou confiança de que a negociação de acordos comerciais com os EUA deverá prosseguir. Segundo o ministro, o Brasil vinha negociando a ampliação de acordos com os americanos, mas as conversas foram suspensas por causa da eleição, algo normal "quando há troca de governo". "Acredito que a gente tem condições de avançar. São dois grandes países, que têm maturidade para discutir as suas relações e espero muito que a gente consiga avançar e não retroceder", afirmou Pereira.

Fonte: JCAM

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House